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Caso idoso morto: funcionária de instituição financeira vai prestar depoimento

Erika de Souza Nunes foi com Paulo Roberto Braga, no estabelecimento um dia antes de levar o idoso morto a um banco

Por Fernanda CaldasGabriela Souza

Érika de Souza Vieira levou corpo de idoso para banco
Érika de Souza Vieira levou corpo de idoso para banco
Reprodução

Deve prestar depoimento ainda nesta semana uma funcionária da instituição financeira onde Erika de Souza Nunes foi com Paulo Roberto Braga, um dia antes de levar o idoso morto a um banco. Segundo as investigações, ela levou Paulo, de 68 anos, ao local na segunda-feira (15), mesmo dia que ele teve alta de uma unidade de saúde, após ficar um período internado com infecção pulmonar.

Durante o dia, Erika ainda tentou fazer compras, como de um celular, mas não chegou a efetuar os pagamentos. Não há detalhes sobre o motivo dela não ter conseguido concluir as compras.

Os investigadores do caso devem pedir a quebra de sigilo bancário da vítima. Os agentes querem saber se havia outros empréstimos no nome dele.

Nesta quinta-feira (18), em audiência de custódia, a Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão dela. Erika foi presa em flagrante, após tentar pegar um empréstimo de R$ 17 mil em uma agência bancária em Bangu, na Zona Oeste do Rio, no nome de Paulo Roberto, que estava morto em uma cadeira de rodas. Ela diz ser sobrinha e cuidadora da vítima.

Erika chegou à região do banco em um carro de aplicativo por volta de 13h de terça-feira (16). Segundo as informações do perito da Polícia Civil, o óbito deve ter acontecido entre 11h30 e 14h30. Segundo depoimento de um médico do SAMU, o serviço foi acionado por volta das 15h e, pouco depois, foi constatado que Paulo já estava morto há cerca de duas horas.

Ainda de acordo com as investigações, Paulo Roberto Braga tinha livor cadavérico, acúmulo de sangue na nuca, o que pode indicar que ele morreu deitado.

O delegado que investiga o caso, Fábio Souza, afirma que independentemente do horário do óbito, Erika teria cometido um crime, já que insistiu no pedido de empréstimo, apesar da morte do idoso.

Ainda segundo o delegado Fabio Souza, a polícia também vai investigar se o idoso sofria maus-tratos.

Antes de entrar no banco na terça-feira, Erika foi com o idoso em um estabelecimento comercial da região e no calçadão de Bangu. Imagens de câmeras de segurança mostram a vítima na cadeira de rodas.

Uma jovem que trabalha no calçadão de Bangu, a poucos metros do banco, ajudou a dupla, após Paulo ter quase caído da cadeira minutos antes de ser levado para a agência. Lorena Matias, de 25 anos, afirmou que ele estava gelado e sem reação.

De acordo com ela, Érika de Souza Vieira Nunes estava conduzindo Paulo em uma cadeira de rodas com pressa até que passou por um bueiro desnivelado e o idoso quase caiu. 

Érika conseguiu segurar Paulo, e Lorena ajudou a mulher a colocá-lo de volta na cadeira. 

Até o momento, seis pessoas já prestaram depoimento, entre elas o motorista de aplicativo que levou Erika e Paulo até o shopping. O homem disse à polícia que Paulo estava vivo durante a viagem e que chegou a segurar a porta do carro, ao ser retirado do veículo, no estacionamento do estabelecimento comercial.

A Polícia Civil aguarda os resultados de exames toxicológicos. O laudo de necropsia apontou que Paulo morreu após ter broncoaspirado o conteúdo estomacal e por falência cardíaca.

Em depoimento, Erika disse estava desestabilizada e sob efeito de medicação de uso controlado quando chegou à delegacia. 

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