O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo leite (PSDB), disse nesta quarta-feira (1º), em entrevista à BandNews TV, que os estragos causados pelas chuvas no estado não representam “apenas mais um episódio” de tragédia e que a situação é “muito dramática”.
"A chuva não parou. Choveu mais de 400 milímetros em algumas localidades, e a previsão é de que chovam mais 400 mm entre hoje e sexta. Rios muito cheios, solo encharcado, infelizmente isso vai trazer o agravamento de um quadro que já é muito dramático”, afirmou. “A prioridade é salvar vidas.”
De acordo com o governador, a Força Aérea Brasileira (FAB) – que esteve pela manhã nas regiões mais críticas – tem auxiliado no resgate de vítimas que não foi possível realizar com as aeronaves do estado.
“Tivemos dificuldade de colocar nossas equipes. Os helicópteros do governo não conseguiram operar, os da Aeronáutica conseguem, mas também têm algumas restrições (...). Estamos com dificuldade operacional porque o evento climático ainda está acontecendo. Estamos fazendo tudo que podemos.”
Conversa com Lula e decreto de emergência
Eduardo Leite fez uma publicação nas redes sociais, na última segunda-feira (30), pedindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que enviasse “imediatamente todo o apoio aéreo possível” ao estado. À BandNews TV, ele explicou o motivo do “apelo público”.
“A burocracia retarda a operação, por isso fiz um apelo público, por meio das redes sociais, para buscar um censo de urgência. A todo momento surge uma situação em uma região, o Brasil é continental, o presidente tem que cuidar de todas as questões do governo, as crises com o Congresso, as dificuldades operacionais. O apelo que fizemos foi no sentido de dar uma percepção clara de que não é simplesmente mais um episódio, é muito dramático o que Rio Grande do Sul está vivenciando”, disse.
De acordo com ele, as conversas realizadas em seguida com ministros do Governo Federal “foram feitas com muita atenção”. “Há boa vontade do governo em atender, mas há uma burocracia na máquina pública que me deixa muito angustiado”, afirmou.
Devido a isso, o gabinete de crise estuda decretar estado de calamidade ou emergência em alguns municípios ou em todo o Rio Grande do Sul. A decisão deve sair ainda nesta quarta-feira.
