Episódios de contrabando, pirataria, roubo, concorrência desleal por fraude fiscal provocaram um prejuízo de R$ 453,5 bilhões ao país em 2022, segundo a pesquisa "Brasil Ilegal em Números". O valor é superior ao Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Santa Catarina.
O levantamento foi produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), junto com Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e Federação das Indústrias de São Paulo (fiesp). Cerca de 136 bilhões de reais são referentes a impostos que deixaram de ser arrecadados.
Os setores afetados são: audiovisual (filmes), bebidas alcoólicas, brinquedos, celulares, cigarros, combustíveis, fármacos, cosméticos e higiene pessoal, defensivos agrícolas, entre outros (material esportivo, óculos, PCs, perfumes importados, TV por assinatura e vestuário).
A pesquisa levantou que ao menos quinze setores são afetados pelo mercado ilícito. Com isso o Brasil deixou de gerar quase 370 mil empregos com carteira assinada em 2022.
Em 2022, o Índice Global de Crime Organizado apontou que em relação ao comércio de produtos falsificados, o Brasil fica atrás apenas da Colômbia, Paraguai e Peru na América do Sul, que estão em situação mais crítica.
Outro âmbito da ilegalidade são as ligações clandestinas, conhecidas como "gatos", para furto de energia elétrica e água. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o índice de perdas no Brasil em 2022 pelo furto de energia ultrapassa os 14%. Na região Norte, por exemplo, o valor supera os 45%.
