O dono da SAF Botafogo, John Textor, prestou depoimento na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, na tarde desta quarta-feira (3). Após manifestação do Ministério Público estadual, a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar denúncias de corrupção no futebol brasileiro e existia a expectativa de que Textor apresentasse provas de acusações feitas por ele de manipulação em jogos.
O norte-americano vai ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva no dia 15 de abril, por não apresentar as provas sobre o suposto esquema de corrupção da arbitragem no futebol brasileiro à Corte.
Em março, Textor disse ter gravações de árbitros reclamando do não recebimento de propinas prometidas e afirmou ter havido manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro nas últimas três temporadas. Na segunda-feira (1º), o norte-americano voltou a fazer acusações de manipulação no futebol brasileiro, mas, novamente, não apresentou provas.
No texto publicado em seu site, ele citou os confrontos entre Palmeiras e São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro do ano passado, e Palmeiras e Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro de 2022, como jogos manipulados. Ele disse, ainda, ter provas de interferência em outros jogos do futebol brasileiro nesses anos.
Segundo a nota, as acusações são baseadas em análises de especialistas, que não foram identificados, e em inteligência artificial.
Em março, a Procuradoria do STJD solicitou a abertura de um inquérito para apurar as afirmações de Textor, e o presidente do tribunal, José Perdiz, determinou que o norte-americano apresentasse provas das alegações. Na época, o dono da SAF Botafogo se manifestou, mas não apresentou as provas.
O Pleno do STJD chegou a julgar uma possível suspensão automática de Textor, mas os auditores votaram em maioria pela não aprovação da medida.
Os documentos foram enviados à Procuradoria da Justiça Desportiva, que denunciou Textor. Ele vai ser julgado por dupla infração ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva, nos artigos 220-A, que se refere à não colaboração com os órgãos da Justiça Desportiva na apuração de irregularidades ou infrações, e 223, que trata do não cumprimento de decisão ou determinação da Justiça Desportiva. A pena de multa total pelas infrações pode chegar a duzentos mil reais. Textor também pode ser suspenso por um período de noventa a trezentos e sessenta dias.
Nesta semana, o Palmeiras ingressou com um pedido de liminar contra John Textor no STJD. Na medida, o clube paulista pede que Textor não faça qualquer menção ou referência ao clube. O pedido foi feito após as novas acusações feitas pelo norte-americano, na segunda-feira. O pedido foi encaminhado para análise do presidente do STJD, José Perdiz.