Operação no Complexo do Alemão deixa 18 pessoas mortas

Entre os mortos estão Letícia Marinho Sales, de 50 anos, que foi atingida enquanto estava no carro, na companhia do namorado, e o Cabo Bruno de Paula Costa, de 38 anos, que deixou dois filhos com autismo

Amanda Oliveira

Operação foi realizada de forma conjunta Reprodução/Polícia Federal
Operação foi realizada de forma conjunta
Reprodução/Polícia Federal

Dezoito pessoas morreram, nesta quinta-feira (21), durante uma operação no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Entre os mortos estão Letícia Marinho Sales, de 50 anos, que foi atingida enquanto estava no carro, na companhia do namorado, e o Cabo Bruno de Paula Costa, de 38 anos, que deixou dois filhos com autismo. A polícia ainda tenta identificar os outros 16 mortos. Duas pessoas também ficaram feridas.

Em coletiva realizada no início da noite desta quinta-feira (21), as Polícias Civil e Militar disseram que a ação no Complexo do Alemão foi desencadeada diante da informação de que ao menos 100 homens iriam se deslocar. Cinquenta deles iriam para a favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Eles ainda iriam usar fardas do Batalhão de Operações Especiais da PM e da Coordenadoria de Recursos Especiais, da Polícia Civil.

Segundo as Forças de Segurança do Estado, as barricadas instaladas pelos bandidos atrapalharam muito a ação da polícia. Foram usados materiais pesados e até táticas de guerrilha. Os criminosos jogaram óleo em ladeiras para atrapalhar o deslocamento das esquipes e orientaram a população a servir de escudo.

Os bandidos também teriam pedido que mototaxistas de outras localidades fossem para o Alemão. A polícia atuou nos acessos para impedir que eles entrassem na comunidade. Mais de 48 motos foram apreendidas.

Apesar de a Polícia Rodoviária Federal ter afirmado em nota oficial que não participou da ação, os representantes das Polícias Civil, Militar e Penal disseram na entrevista coletiva que a corporação estava, sim, dando apoio às ações.

A Defensoria Pública do Rio e a Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio acompanham os desdobramentos da operação. Há denúncias de violação de casas e agressões a moradores. As polícias afirmaram que as informações serão averiguadas, mas que ações como essa são muito impactadas pela divulgação do que chamaram de fake news.

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