Pesquisadores suspeitam de possível envenenamento de micos em São Cristóvão

O aumento de casos da varíola dos macacos e a desinformação quanto as formas de transmissão do vírus podem estar levando ao ataque contra os animais

João Boueri*

Suspeita é que micos tenham sido envenenados em ruas do bairro de São Cristóvão Google Maps
Suspeita é que micos tenham sido envenenados em ruas do bairro de São Cristóvão
Google Maps

Há pelo menos duas semanas o bairro de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, é alvo de um possível envenenamento de micos. A suspeita é do coordenador do projeto Área Verde do Colégio Pedro II, Sérgio Cabo, que tem encontrado animais mortos. Eles apresentam sinais de ingestão de veneno.

O professor acredita que o aumento de casos da doença e a desinformação quanto as formas de transmissão do vírus podem estar levando ao ataque contra os animais.

A varíola dos macacos recebe esse nome desde os anos 50 quando o vírus foi encontrado nos mamíferos. No entanto, os animais não transmitem a doença para humanos, que se infectam a partir do contato com pessoas ou objetos contaminados.

Os sintomas variam entre erupções cutâneas ou lesões de pele, febre, dores no corpo e de cabeça, calafrio e fraqueza. Segundo o Ministério da Saúde, em caso de teste positivo a recomendação é ficar em isolamento social até o desaparecimento das lesões e a cicatrização da pele.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio, o número de casos confirmados de Varíola dos Macacos já passa de 400. Nenhuma morte foi registrada. A maioria dos casos é na faixa etária de 20 a 39 anos.

O Governo do Estado inaugurou um centro de testagem no Maracanã nesta sexta-feira apenas para casos suspeitos encaminhados pelas unidades de saúde da rede pública. Mais três postos devem ser abertos em Nova Iguaçu, São Gonçalo e em um núcleo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em nota, a Prefeitura do Rio disse que realiza constantemente ações de promoção da saúde com o objetivo de esclarecer e orientar a população quanto a formas de contágio, disseminação e prevenção de doenças. O Instituto de Vigilância Sanitária do município (IVISA-Rio) disse que realizou a remoção de dois macacos neste ano, sendo o último em São Cristóvão, no dia 31 de março.

*Estagiário sob supervisão de Christiano Pinho

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