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Quiosque Moïse é inaugurado no Parque Madureira, nesta quinta-feira (30)

O estabelecimento é uma homenagem e um símbolo para reforçar a memória do jovem congolês, de 24 anos, morto a pauladas num quiosque na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste

Thuany Dossares

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Prefeito Eduardo Paes esteve presente na inauguração
Reprodução/Prefeitura do Rio

Foi com música, dança e cultura africana que foi inaugurado o quiosque Moise, no Parque Madureira, nesta quinta-feira (30). O estabelecimento é uma homenagem e um símbolo para reforçar a memória do jovem congolês, de 24 anos, morto a pauladas num quiosque na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste, em janeiro, ao cobrar o pagamento de três diárias de serviços prestados como atendente.  

A data escolhida traz muita representatividade para toda família do rapaz. No dia 30 de junho é celebrado a independência da República do Congo.  

Irmão de Moise Kabagambe, Djou Djou conta que a homenagem é importante, mas a saudade ainda é grande.  

"Na verdade, essa inauguração é importante para gente de um lado, do outro lado nos faz lembrar do nosso irmão, do meu irmão, e isso vai consolar a gente um pouco, de ver um lugar assim que vai lembrar dele. O luto sempre continua, não quer dizer que vamos esquecer do nosso irmão, nosso irmão sempre vai continuar no nosso coração e a luta sempre vai continuar", disse o congolês.

Mais do que uma homenagem, o espaço é também uma forma de ajudar na independência financeira da família de Moise, que antes contava com a ajuda dele no orçamento.  

O projeto foi uma idealização da prefeitura com a Orla Rio. O presidente da concessionária, João Marcello Barreto, declarou que nada irá amenizar a dor da perda por um crime brutal, mas que essa é uma forma genuína de apoiar a família de Moise.  

"Nada será bastante para amenizar a dor e a perda do Moise com aquele crime brutal, mas é e forma genuína que construímos de mãos dadas com a família o legado para honrar a imagem do Moise e de todo seu povo, e não podíamos ter escolhido data melhor porque hoje é a independência do Congo, que está fazendo 62 anos. A Cidade do Rio terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a cultura e a gastronomia africana, além de apoiar a família que terá o quiosque como a sua principal fonte de renda. Esperamos que ele se torne um símbolo de força e coragem das pessoas que foram forçadas a fugir de seus países de origem, e que todos se sintam abraçados e bem recebidos aqui", declarou Barreto.

Para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a morte do congolês foi um ato de racismo inaceitável.  

"Tinha um monte de gente argumentando que o que aconteceu com o Moise foi simplesmente um conflito, uma briga de rua. Não foi, não foi. Se ele fosse branco, carioca, não teria acontecido com ele o que aconteceu, essa que é a verdade. O que aconteceu com ele foi porque estavam lidando com um estrangeiro, já radicado com alma carioca, com um negro, um preto, e que essa cidade não pode suportar e não pode aceitar esse tipo de atitude. A gente lamenta muito.", afirmou Paes.

 Antes da inauguração, a família recebeu um treinamento de gestão e atendimento por 150 dias da Orla Rio.

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