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Como funciona o flo-vis, a tinta para testes aerodinâmicos da F1

Emanuel Colombari

(Imagem: @F1/Twitter)
(Imagem: @F1/Twitter)

A pré-temporada da Fórmula 1 é um momento cheio de novidades para pilotos, equipes, imprensa e fãs. Um reencontro com o que foi visto no ano anterior, mas também um cartão de visitas com as novidades da temporada.

A cada ano, na hora de avaliar o que há de novo, as equipes apostam em uma ferramenta inusitada, que dá aos carros um visual diferente, ainda que provisório: o flo-vis. E se você não reconheceu pelo nome, vai certamente reconhecer pela descrição.

O flo-vis (que você também verá chamado de flow-vis) é aquela tinta fresca que aparece nos carros durante os testes, geralmente em uma tonalidade forte e bem contrastante em relação à pintura de cada equipe. Uma “maquiagem” estranha, mas com boa aceitação entre o público - afinal, uma corzinha nos carros costuma ser bem-vinda para fugira da mesmice.

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Tecnicamente, trata-se de uma pintura aplicada sobre uma determinada superfície do carro, geralmente no ponto de algum componente, que permite aos engenheiros avaliar o fluxo de ar na região analisada. Com o piloto na pista, a tinta fresca registra a aerodinâmica do componente em questão, com elementos que facilitam a leitura dos especialistas.

Parece uma estratégia obvia, e que deixa detalhes à vista até de outras escuderias. No entanto, não raro, as equipes utilizam um material especial, que só pode ser avaliado com o uso de luz ultravioleta, preservando detalhes que podiam ser copiados pelas adversárias.

(Imagem: @F1/Twitter)

O flo-vis costuma ser aplicado momentos antes de o piloto deixar os boxes e ir para a pista - assim, há uma janela maior para captar a leitura aerodinâmica antes que tinta seque. E embora pareça algo simples, a aplicação demanda atenção: enquanto a falta de tinta impossibilitaria a coleta de dados, o excesso também é prejudicial, já que dificultaria o fluxo de ar e o consequente desenho aerodinâmico no material.

Tão logo o carro volta aos boxes, os times podem fazer imagens da área pintada, iniciando na sequência a limpeza. O resultado é semelhante aos esperados em túneis de vento, e as equipes de aerodinâmica podem ver na prática o que era esperado apenas na teoria.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.