Fórmula E

Fórmula E despista sobre intercâmbio com a F1 e mira tecnologias para cidades

Categoria realiza o E-Prix de São Paulo em 25 de março e quer apresentar propósitos e conceitos a comunidades ao redor do mundo

Por Emanuel Colombari

Categoria realiza o E-Prix de São Paulo em 25 de março e quer apresentar propósitos
Categoria realiza o E-Prix de São Paulo em 25 de março e quer apresentar propósitos
FIA Fórmula E

Desde que a Fórmula E estreou nas pistas internacional em 2014, as questões ambientais logo se tornaram uma referência na disputa. Ao longo de todas as temporadas, a categoria elétrica trabalha para reduzir continuamente as emissões de carbono, com um compromisso de manter o status de carbono zero do campeonato desde o início.

No entanto, a F-E adota um discurso modesto a respeito de um possível intercâmbio com a Fórmula 1. Para os próximos anos, a F1 pretende adotar padrões mais sustentáveis, trocando combustíveis fósseis por sintéticos em 2026 e aumentando o uso de energia elétrica em unidades de potência. O objetivo é zerar as emissões de carbono até 2030.

“Obviamente, a Fórmula 1 e a Fórmula E são organizações que têm muito em comum, e que também são muito diferentes em como são concebidas. Ambas são regulamentadas pela FIA e são categorias de monopostos, mas a Fórmula 1 é uma propriedade gigante e bem estabelecida, e nós não temos nem dez anos e somos concebidos com a sustentabilidade no coração do que nós fazemos”, afirmou Julia Palle, diretora de sustentabilidade da Formula E, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (10) para a imprensa brasileira.

Para a dirigente, outras categorias vêm tentando contribuir com as questões ambientais nos últimos anos, o que já é uma prioridade da Fórmula E desde o início. “Temos muito orgulho de colocar a questão ambiental na agenda do automobilismo, inspirando outros a seguir nosso caminho. As mudanças climáticas não são questão de competição: precisamos que todos lutem não só contra as mudanças climáticas, mas por uma sociedade mais igual”, acrescentou.

A princípio, a prioridade da Fórmula E é trabalhar como uma plataforma para que grandes cidades ao redor do mundo observem fontes de energia mais limpas e uso de materiais recicláveis como alternativas ao cenário atual. É o caso do Brasil, que receberá o E-Prix de São Paulo no dia 25 de março.

“A Fórmula E corre em cidades que tem um forte interesse relacionado a sustentabilidade e em como podem melhorar, como podem se tornar cidades inteligentes. Obviamente, São Paulo é uma grande cidade, em uma economia emergente e vibrante. Há desafios de trafego, de poluição do ar, de uso de energia, e a Fórmula E é uma plataforma que testa e usa as tecnologias que as cidades precisarão implementar nos próximos cinco ou dez anos”, acredita Julia Palle.

Apresentando o conceito

No dia 2 de março, a Fórmula E publicou um relatório referente à temporada 2021/2022, considerada a mais impactante da categoria nas questões de sustentabilidade. O principal destaque foi o lançamento do Gen3, o carro adotado a partir da temporada 2022/2023, que produz 40% da energia que consome, graças às frenagens regenerativas.

O modelo ainda utiliza pneus com 26% de borracha natural e fibras recicladas na composição – os compostos são totalmente reciclados após as corridas, a exemplo das baterias. Os chassis são feitos fibra de carbono reciclada e de linho, sendo que os resíduos de fibra de carbono são aproveitados em outras aplicações.

Para Julia Palle, independente das mudanças em outras categorias, é fundamental que a Fórmula E sirva de exemplo ao redor do mundo. “Como fomos criados com a questão da sustentabilidade no coração de tudo que fazemos, estamos sempre buscando algo além em termos de sustentabilidade”, disse a diretora de sustentabilidade da F-E, que projeta ações no E-Prix de São Paulo para aproximar os paulistanos do conceito da categoria.

“Sempre trabalhamos com entidades locais, escolas, universidades – sei que em São Paulo vamos trabalhar com escolas de samba, que trabalham o ano todo na preparação para o Carnaval. Basicamente, tentamos levar elas para as pistas, conhecer as equipes, ver os bastidores do evento e apresentar os propósitos do esporte, que tem um propósito muito maior que a competição em si. A corrida é empolgante, é excelente, mas a FE tem um propósito”, completou.

Ingressos para o E-Prix de São Paulo

Para o público à procura de uma experiência especial, a organização disponibiliza ingressos no Setor B. O espaço, em frente à linha de chegada e na reta principal do percurso, terá vista privilegiada à beira da pista, com acesso VIP com serviço de alimentos e bebidas incluso no pacote e valores especiais em produtos oficiais de merchandising.

O público neste setor ainda terá opções de assento em arquibancada coberta e descoberta, inferior e superior, camarotes, cadeiras e mesas.

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