Da dúvida do pai ao possível tetra: Daniel Serra quer coroar história na Stock

Filho do tricampeão Chico Serra conta primeiros passos no automobilismo e fala sobre chance de levantar o caneco pela quarta vez

Vinícius Batista

Daniel Serra foi tricampeão da Stock Car entre 2017 e 2019 e quer o tetra em 2021 Duda Bairros/Stock Car
Daniel Serra foi tricampeão da Stock Car entre 2017 e 2019 e quer o tetra em 2021
Duda Bairros/Stock Car

Daniel Serra nasceu para o automobilismo. O paulistano de 37 anos, piloto da equipe Eurofarma RC da Stock Car, via seu pai, Chico, ser uma lenda do esporte, conquistando títulos brasileiros, paulistas e internacionais desde que foi para a Europa em 1977 desfilando seu talento pela Fórmula V, Fórmula 3, Indy, até voltar para o Brasil e ser tricampeão da Stock entre 1999 e 2001.

Sedento pela velocidade, a trajetória de Daniel nas pistas quase não triunfou. Seu pai teve dúvidas quanto ao interesse do garoto em entrar no mundo do automobilismo, tendo em vista os riscos que o esporte oferece aos pilotos. Além disso, Seo Chico não queria pressionar o filho para entrar no ramo.

“Eu sempre pedia muito um kart para o meu pai, e na verdade ele segurava muito. Ele realmente queria ver se era algo que eu queria. Ele nunca me forçou, nunca lembro dele ter falado 'ó, vem aqui, vamos andar de kart. A primeira vez que ele me deixou a andar foi com 11 anos", conta.

A Band, o Bandplay, o site da Band e o Youtube do Show do Esporte transmitem todas as emoções da Super Final da Stock Car neste domingo (12), a partir das 13h30, no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, São Paulo.

Daniel demorou mais três anos para iniciar a carreira, correndo pela primeira vez em uma competição de kart aos 14 anos. E após receber a benção do pai para o automobilismo, ganhou um apelido de peso: “Serrinha”.

“Meu pai me incentivou muito depois que viu que eu queria começar na carreira. Ele sempre me apoiou, sempre esteve do meu lado. Foi meu escudo durante a carreira."

O piloto passou pela Fórmula Renault brasileira, onde ficou com o vice-campeonato, antes de ir para a Europa disputar a categoria do outro lado do Atlântico. A estreia na Stock Car foi em 2007, quando terminou em oitavo no campeonato daquele ano.

A experiência na categoria fez Serrinha crescer e despontar como um dos grandes do Brasil. Sua primeira vitória na Stock foi em 2009, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Dez anos depois da estreia veio o primeiro campeonato. E nas duas temporadas seguintes, foi coroado com o tri, igualando a marca de seu pai.

Em 2021, Daniel pode conquistar o tetracampeonato na categoria em Interlagos. Vice-líder do campeonato com 311 pontos, 25 a menos que o líder Gabriel Casagrande, Serrinha entende que a situação é difícil e que vai precisar de sorte para sair de Interlagos com o título.

“Estamos trabalhando para termos um final de semana forte mesmo com essa desvantagem. Sei que não dependo só do meu resultado, também preciso de um pouquinho de sorte. Na corrida a gente nunca sabe o que vai acontecer, então estamos trabalhando para eu fazer a minha parte e vamos ver o que acontece”, projeta.

Se sair de São Paulo com o caneco, Serrinha vai superar o pai em títulos da Stock Car. Mas o piloto de 37 anos revela que nunca colocou os números de Seo Chico como ambição de carreira.

“Eu tive como meta superar os números dele, e acho que ele como pai deve estar muito feliz com qualquer conquista, que é sempre muito legal e muito prazeroso", diz Daniel Serra.

“Para ele (Chico) seria muito legal ver o filho conquistando o quarto título, ainda mais com toda a influência que ele teve na minha escolha de profissão, na minha carreira. Seria algo muito legal também”, completa.

Mesmo sem querer ser maior ou igual ao pai, Daniel Serra sabe que seu nome está marcado na história do automobilismo brasileiro. Resta saber se, em 2021, essa história vai terminar com mais um caneco na galeria da família Serra. De qualquer forma, uma coisa é fato: Seo Chico está mais do que orgulhoso com os feitos de Serrinha no mundo da velocidade.

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