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Golpe das criptomoedas: entenda o caso envolvendo Willian Bigode e Scarpa

Áudios novos mostram que Willian Bigode convenceu Scarpa e Mayke a investirem em criptomoedas; entenda o caso

Da redação

O meia Gustavo Scarpa, hoje no Nottingham Forrest, da Inglaterra, levou um prejuízo milionário de mais de R$ 6 milhões ao investir em criptomoedas em uma empresa indicada por Willian Bigode, atacante do Athletico Paranaense. Os jogadores se tornaram amigos quando dividiram o vestiário no Palmeiras.

Além de Scarpa, Mayke também levou um prejuízo. Os jogadores dizem ser vítimas de um golpe financeiro ao investir em criptomoedas com a Xland Holding Ltda. Bigode, por sua vez, disse que ele e a sua consultoria financeira, a WLJC Gestão Financeira, também são vítimas do golpe. Ele alega ter perdido R$ 17,5 milhões.

O caso, que se tornou público em março, ganhou novos capítulos. O Jornal da Band teve acesso a gravações telefônicas que mostram Willian Bigode convencendo os colegas de aplicar o dinheiro (assista no vídeo acima).

O que aconteceu com Gustavo Scarpa?

O atual jogador do Nottingham Forest, da Inglaterra, investiu R$ 6,3 milhões na empresa Xland, que gere investimentos em moedas e ativos virtuais. A gestora foi indicada por William Bigode, com quem jogou no Palmeiras. Scarpa começou a investir os valores em junho de 2020.  

Em agosto do ano passado, o jogador tentou resgatar parte de seu dinheiro e não conseguiu, o que levantou a suspeita de golpe. A promessa era de que o lucro poderia chegar a 5% ao mês, valor muito acima dos rendimentos disponíveis no mercado.  

Também colegas de Palmeiras, os jogadores Mayke e Weverton investiram com a empresa. Além da Xland, Scarpa e Mayke processam outras duas companhias: WLJC e Soluções Tecnologia. 

Juntos, eles tentam reaver mais de R$ 10 milhões investidos. A WLJC tem William Bigode como sócio proprietário.  

O Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga a Xland por suspeita de pirâmide financeira. Segundo nota do órgão, a empresa prometia lucros exorbitantes às custas de dinheiro pago por outros investidores, ao invés de receita gerada pelo negócio - tipo de operação chamado de esquema de Ponzi.  

Além disso, a empresa, que tem filial em Rio Branco, responde a três processos na Justiça acreana, sob acusações de calote aos investidores.

Em nota a uma emissora de televisão, Willian Bigode negou as acusações, disse que também é vítima de um golpe e que teria perdido R$ 17,5 milhões investindo em criptovativos. O jogador afirma que não recebeu o resgate de valores, que solicitou em novembro do ano passado.

Os sócios da Xland afirmam que estão à disposição para cooperar com todas as autoridades e para esclarecer todas as dúvidas em relação aos procedimentos jurídicos que serão adotados para honrar o pagamento dos clientes.

Scarpa provoca: “O jeito é orar”

Logo depois de o caso vir à tona, Gustavo Scarpa usou as redes sociais para ironizar a situação.

Em um áudio revelado pelo Fantástico, da Globo, em março, Willian sugere ao amigo orar. “Scarpinha, agora não tem nem mais questão de confiança, irmão. A questão que agora é orar. Fazer o que eu sei. Agora é esperar no Senhor”. O meia, então, usou as redes sociais para publicar uma foto e a seguinte legenda: “Tô precisando orar mais, realmente”. A provocação viralizou e virou meme nas redes sociais.

Willian Bigode se defende

Em vídeo publicado no Instagram, Willian Bigode afirmou que não cometeu crime, disse que é vítima do caso e reclamou de mentiras e calúnias.

“A WLJC é uma empresa de gestão financeira. Não é uma empresa de investimentos, não é uma corretora. Não sou dono nem sócio da Xland, muito menos golpista. Não peguei dinheiro de ninguém e sou vítima. Até hoje não recebi meu recurso”, afirmou o atacante do Athletico.

Áudios mostram Bigode convencendo os colegas

O Jornal da Band teve acesso a gravações telefônicas que mostram que Willian Bigode convenceu colegas a investir na empresa investigada por um rombo milionário.

No material, são diversas conversas com o ex-companheiro de clube, e Willian recomendou os serviços da empresa de consultoria dele e da esposa para intermediar o investimento na Xland, enquanto Scarpa pesquisava uma outra instituição para investir.

Agora eu falando como empresa também, nós temos toda nossa ética né cara. E a nossa fidelidade, parceria com a Xland, entendeu? Se você tem o desejo, enfim, de fazer alguma coisa, é sempre uma decisão sua. Nós temos a nossa parceria e nós temos a nossa, nossa fidelidade né, como empresa vamos dizer assim - Willian Bigode.

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