Jogo Aberto

Marcelo Paz sobe o tom após ataque e defende Fortaleza sem jogar até ter punição

Presidente da SAF do clube conversou com o Jogo Aberto nesta quinta; assista à entrevista

Da redação

Depois de o ônibus do Fortaleza ser apedrejado na saída da Arena Pernambuco, na madrugada desta quinta-feira (22), por torcedores do Sport, Marcelo Paz participou do Jogo Aberto e reforçou que não quer jogar enquanto os jogadores feridos não estiverem 100% recuperados.

O presidente da SAF do Leão subiu o tom, pediu um basta e união dos clubes para que esse tipo de violência acabe.

"Terrível, não dá para acreditar que isso aconteça. Agradecer a Deus que não aconteceu algo pior, porque foram bombas e pedras. O problema é quando a gente já aceitava só as pedras batendo no vidro, nota de repúdio. Então é hora de um basta, o Fortaleza não quer jogar enquanto os seus jogadores lesionados não estiverem recuperados e enquanto os agressores não forem punidos. Tem que ser exemplar [a punição]. O futebol brasileiro inteiro me ligou hoje, executivos, dirigentes, jogadores, ex-jogadores, perguntando se está tudo bem, parabenizando pela postura mais rígida. Tem que servir de exemplo para que a gente mude essa página no futebol brasileiro”, afirmou o presidente.

Em seguida, Marcelo Paz reforçou que o clube não quer entrar em campo em nenhuma competição até ter o elenco recuperado por completo dos atos de violência da torcida do Sport, após empate por 1 a 1 pela Copa do Nordeste.

“Até os jogadores se recuperarem por completo, [não queremos jogar] qualquer competição. Temos jogo da Copa do Brasil semana que vem e se tiverem jogadores não recuperados, eu defendo que não jogue. Não é justo que a gente seja punido pelo vandalismo de algumas pessoas. E também para que seja exemplar, para que gere realmente uma indignação maior. Não seja só minha, só do Fortaleza, como já foi do Bahia, do Inter, do São Paulo. Passou da hora. Nosso pensamento hoje é esse”, reforçou.

"Não houve morte por detalhe"

Segundo Marcelo Paz, seis jogadores do Fortaleza ficaram feridos após o ataque ao ônibus do time. Gonzalo Escobar foi o mais ferido, com 13 pontos no rosto e um trauma cranioencefálico, afirmou o presidente.

“O saldo é terrível, seis jogadores ficaram feridos. O Gonzalo Escobar foi o mais ferido, com 13 pontos no rosto e um trauma cranioencefálico. O João Ricardo com sete pontos na testa, o Titi, zagueiro, está com um vidro dentro da panturrilha que não conseguiu ser retirado. Talvez será tirado com ultrassonografia”, contou.

“Por que no futebol se pode agredir as pessoas? Por que se tolera o ‘joga por amor ou joga por terror’? Por que pode se intimidar no aeroporto? A gente vive numa sociedade hoje de controles corretos a excessos, por que no futebol é liberado? Essa reflexão tem que ser colocada, o que aconteceu não desejo para ninguém. Graças a Deus não aconteceu algo pior”, disse.

“O amor [ao seu time] não justifica, o amor não justifica agressão, humilhação. E o caso de ontem foi ódio, não foi por amor, porque foi a torcida adversária. Qualquer justificativa não cabe, é vandalismo, é crime, é agressão. A impunidade é a mãe do próximo crime. Se seguir impune, vão fazer de novo e vão fazer pior. Está na hora de juntar todo mundo para acabar com isso. Não houve morte por um detalhe. Seis ou sete vidros quebrados, vocês viram o tamanho das pedras. Não dá mais para conviver com isso”, afirmou.

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