Por que short colorido é considerado uma vitória para jogadoras em Wimbledon?

A ideia é equilibrar tradição e conforto, prezando principalmente pela saúde das atletas

Por Hanna Rahal

Por que short colorido é considerado uma vitória para jogadoras em Wimbledon?
Elena Rybakina em Wimbledon
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Está rolando o Torneio de Wimbledon 2023, a competição de tênis mais antiga e tradicional do mundo. Assim como manda a tradição, as regras são sempre tão rígidas quanto os códigos de vestimenta. Contudo, um desses códigos foi revisto - o que foi considerado uma vitória para as mulheres do esporte: agora, elas podem usar shorts de cor escura por baixo do uniforme.

Qual era o código de vestimenta para mulheres em Wimbledon?

Um torneio reconhecido pelos detalhes, elegância e tradição, acompanhava um código de vestimenta para mulheres: a obrigatoriedade de competir com uniforme todo branco. Isso porque, no século 19, suar era inapropriado e a solução para disfarçar algo inerente ao corpo humano era o uso de roupas claras - assim, a etiqueta era cumprida à risca. 

Por esse motivo, o código de vestimenta em Wimbledon era rígido: roupa branca, e não creme; se tiver cor, no máximo um centímetro de espessura na gola, na manga, na barra da saia, no boné ou nas meias.

Afinal, por que isso é um problema? Na prática, o suor passa longe das preocupações das jogadoras, o maior problema era o uniforme branco e roupas íntimas brancas em período menstrual. O risco de ficarem expostas durante o jogo, gerava uma ansiedade que podia prejudicá-las nas partidas, e por isso, cada uma precisava criar uma maneira para evitar o desconforto em quadra. 

Há décadas, tenistas alertam sobre a angústia que o branco pode causar. Billie Jean King, conhecida como uma lenda no tênis, já disse em entrevista que a geração dela tinha ansiedade em pensar que a menstruação pudesse "vazar" na roupa.

Toda essa situação ocasionou a campanha ‘Adress the Dress Code’, que exigia uma mudança no código de vestimenta de Wimbledon. Nomes fortes como Judy Murray e Billie criticaram o uso apenas de roupas brancas, até que elas foram ouvidas. 

Mudança no código de vestimenta para mulheres em Wimbledon

A organização do torneio de Wimbledon anunciou que vai afrouxar a tradicional regra de vestimenta toda branca. O Grand Slam de tênis de Londres agora vai permitir que as mulheres usem shorts coloridos por baixo da saia. 

Sally Bolton, diretora-executiva do All England Club, disse que a decisão foi tomada após escutarem atletas e demais pessoas envolvidas no esporte. “Estamos comprometidos em apoiar os jogadores e ouvir seus comentários sobre como eles podem ter o melhor desempenho”.

E por fim Sally acrescentou: “Esperamos que esse ajuste de regra ajude os jogadores a se concentrarem exclusivamente em seu desempenho, aliviando uma fonte potencial de ansiedade".

Após a decisão, logo na primeira rodada de Wimbledon, Victoria Azarenka e Linda Fruhvirtova já fizeram história, contudo, foram minoria. No segundo dia de torneio, a norte-americana Shelby Rogers e a atual campeã, Elena Rybakina, do Cazaquistão, usaram shorts escuros por baixo das saias brancas ao se enfrentarem na quadra central. 

A tendência é que cada vez mais atletas adotem a mudança e se sintam mais confortáveis para competir.

Quando acontece o Torneio de Wimbledon?

O Torneio de Wimbledon começou nesta segunda-feira (3) e tem duração até o dia 15 de julho. Os brasileiros Beatriz Haddad Maia, 13ª do ranking mundial, e Thiago Monteiro,  95º do mundo estão na competição. Você pode seguir os lances ao vivo aqui no Band.com.br!

Quem é a brasileira no Torneio de Wimbledon? 

Número 13 do mundo, Bia Haddad Maia é o grande nome do tênis brasileiro atualmente. A paulistana de 27 anos, que recentemente foi semifinalista de Roland Garros e atingiu o top-10 do ranking, talvez viva o auge da carreira em 2023. 

Sua ascenção começou em 2021, após ficar 10 meses fora das quadras devido a uma punição por doping. A suspensão, que terminou em maio de 2020, fez a brasileira despencar no ranking; ela caiu para a última e 1342ª colocação.

Liberada para jogar, ela teve dificuldades com a pandemia de Covid-19 e voltou ao top-100 da WTA em 2021, após boa campanha no Indian Wells.

Em 2022, Bia virou a sensação da modalidade no Brasil ao vencer dois torneios na grama: WTA 250 de Nottingham e de Birmingham. Neste ano, ela avançou até a semifinal do Grand Slam de Paris e atingiu a melhor marca da carreira no ranking mundial.

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