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Roland Garros sem Nadal consolida uma nova era no tênis

O maior campeão do torneio ficará de fora pela primeira vez em 19 anos por conta de uma lesão no quadril

Por Andre Cirri

Ausência de Nadal em Roland Garros é um marco no tênis
Ausência de Nadal em Roland Garros é um marco no tênis
REUTERS/Miquel Borras

A lesão de Rafael Nadal no Australian Open deste ano lhe custou mais caro do que todos nós imaginávamos. A previsão para voltar às quadras era de 6 a 8 semanas, mas 4 meses depois, no início do torneio que o consolidou como um dos maiores tenistas da história e o rei do saibro, ele ainda não se recuperou. Campeão 14 vezes em Paris, o espanhol ficará sem jogar o torneio pela primeira vez desde 2004, quando tinha 18 anos de idade.

Nadal não defenderá seu título de 2022, perderá pontos e posições no ranking, e como disse na coletiva que confirmou sua ausência, sua equipe não conseguiu achar uma solução para a lesão que sofreu no início do ano.

A recuperação não aconteceu como gostaríamos, e Roland Garros se mostra impossível. Depois de muitos anos sem faltar a esse compromisso. Não vou dizer que tomei essa decisão porque foi uma decisão que meu corpo tomou - Rafael Nadal, em coletiva.

No mesmo comunicado, Nadal também disse que 2024 será, provavelmente, seu último ano no circuito profissional de tênis. Jogar algum torneio ainda nesse ano é muito improvável, o objetivo é conseguir “curtir” o ano que vem.  

Com previsões para o fim de sua carreira, sobrará apenas um tenista dos três gigantes que dominaram as últimas duas décadas: Novak Djokovic. A hegemonia de Federer (aposentado em 2022), Nadal e Djokovic tomou conta dos títulos dos Grand Slams (como são chamados os 4 torneios mais importantes do circuito mundial) até 2022, quando o espanhol Carlos Alcaraz conquistou o US Open aos 18 anos de idade.

A “nova” geração de Alexander Zverev (26), Stefanos Tsitsipas (24) e Casper Ruud (24), já não é mais nova e ainda não conquistou nenhum dos grandes torneios do tênis. Longe de não serem mais competitivos, eles agora têm dois desafios: enfrentar o final da carreira de Djokovic e jogar contra a verdadeira nova geração.

Liderada por Alcaraz (20), novos jogadores como o dinamarquês Holger Rune (20), o italiano Jannik Sinner (21) e o canadense Auger-Aliassime (22), essa geração tem a chance de iniciar suas carreiras com grandes títulos.  

O futuro do tênis abre espaço para que novos talentos tenham protagonismo. Com o fim das supremacias dos últimos 20 anos se aproximando, o tradicional torneio de Roland Garros vai sediar um momento histórico no tênis: ou Djokovic é campeão, conquista seu 23° título de Grand Slam e se torna o tenista mais vitorioso da história, ou terá um campeão inédito.

Grande parte dos torcedores não estão animados com o ineditismo desta edição, que marca o fim da jornada do maior símbolo de luta e garra que já existiu no tênis.

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