Pelo menos 22 pessoas morreram na noite desta quinta-feira (10/10) em dois bombardeios israelenses no centro de Beirute, marcando o ataque mais letal à capital libanesa desde que Israel e o Hezbollah entraram em conflito aberto.
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, 22 pessoas morreram e 117 ficaram feridas nos ataques aéreos, que, conforme a agência de imprensa oficial ANI, atingiram dois bairros residenciais densamente povoados. Entre os mortos, estava uma família de oito, incluindo três crianças, que havia sido evacuada do sul do país.
Em imagens transmitidas ao vivo pela AFPTV, duas colunas de fumaça podiam ser vistas subindo sobre a cidade de seis milhões de habitantes.
Membro do Hezbollah sobrevive aos ataques
Segundo fontes da área de segurança citadas pela agência de notícias Reuters, o ataque desta quinta-feira teve como alvo Wafiq Safa, que chefia a unidade de ligação e coordenação do Hezbollah, responsável por trabalhar com as agências de segurança libanesas. Ele, entretanto, conseguiu sobreviver, porque não se encontrava em nenhum dos prédios atingidos.
É a terceira vez que aviões israelenses atingem o centro de Beirute desde 23 de setembro, quando se intensificou a escalada entre Israel e o movimento libanês pró-Irã Hezbollah. Israel geralmente concentra os seus ataques nos subúrbios ao sul da capital, reduto da milícia armada.
Na Faixa de Gaza, onde Israel está mais uma vez a intensificar os seus bombardeamentos e operações terrestres, o Crescente Vermelho Palestino anunciou que 28 pessoas foram mortas e 54 ficaram feridas em um bombardeio contra uma escola que albergava famílias deslocadas.
O Exército israelense disse que realizou um ataque de "precisão" contra terroristas que operavam "em um prédio que já foi" uma escola.
Dois soldados de força da ONU são feridos
No Líbano, a força de paz da ONU posicionada entre os dois países, a Unifil, informou que dois soldados foram feridos por "fogo de tanques israelenses", provocando uma onda de condenações.
A Unifil tem cerca de 10 mil soldados de paz no sul do Líbano e tem pedido persistentemente uma trégua.
A Itália, o maior contribuinte ocidental para a força, com cerca de 900 soldados, disse que as ações das tropas israelenses poderiam "constituir crimes de guerra".
O Exército israelense disse que disparou "perto" do quartel-general da Unifil e pediu aos soldados da ONU que permaneçam "em áreas protegidas".
md (AFP, Reuters)