O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se pronunciou nesta quarta-feira (11/10) sobre os ataques perpetrados por terroristas do grupo radical Hamas no sábado em Israel. Ele condenou os atentados, classificando-os como o "dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto".
"Esse ataque foi uma campanha de pura crueldade. Não apenas ódio, mas pura crueldade contra o povo judeu", disse Biden a líderes judeus reunidos na Casa Branca.
A repórteres, Biden procurou relacionar os ataques do Hamas a séculos de antissemitismo e violência sofridos pelos judeus em todo o mundo.
"Esse ataque trouxe à tona as lembranças dolorosas e as cicatrizes deixadas por um milênio de antissemitismo e genocídio contra o povo judeu. Temos que ser muito claros: não há justificativa para o terrorismo, nenhuma desculpa, e o tipo de terrorismo que foi exibido está além do limite, muito além do limite", afirmou.
Biden também disse que ele e a vice-presidente, Kamala Harris, conversaram novamente por telefone com Netanyahu nesta quarta-feira – a quarta ligação entre os dois governos desde o ataque de sábado.
"Os Estados Unidos apoiam Israel e vamos continuar trabalhando desta forma", afirmou.
Palestinos também são vítimas
Sinais de apoio dos EUA a Israel têm sido vistos durante toda a administração Biden, com o secretário de Estado, Antony Blinken, frequentando reuniões no país, e com o próprio presidente denunciando o antissemitismo nos EUA.
Nesta quarta, ele reforçou o discurso aos líderes judeus: "Vamos condenar e combater o antissemitismo sempre. Os últimos dias têm sido um lembrete solene de que o ódio nunca desaparece."
O porta-voz do Departamento de Segurança dos EUA, John Kirby, enfatizou a posição do governo americano em relação aos civis em Gaza, dizendo estar em negociações com Israel e Egito para a abertura de uma passagem segura: "Essas pessoas também são vítimas. Elas não pediram para o Hamas fazer isso."
Biden instou Israel a obedecer as regras da guerra no conflito contra o Hamas, argumentando que "é realmente importante que Israel, [mesmo com] toda a raiva e frustração, atue de acordo com as regras da guerra".
Americanos reféns
Além de 22 mortos confirmados, o Departamento de Estado dos EUA informou que outros 17 americanos permanecem desaparecidos em meio ao conflito que já causou mais de 2 mil mortes de ambos os lados.
Kirby acredita que uma boa parte deles possa estar entre os até 150 reféns mantidos pelo Hamas em Gaza.
Com muitas companhias aéreas suspendendo voos de e para Israel devido aos constantes lançamentos de mísseis, Kirby afirmou que os EUA estavam explorando "uma série de outras opções" para repatriar os americanos.
gb (AP, AFP, dpa)