Boa Tarde, São Paulo

Menino internado na UTI por 8 anos deixará hospital na Grande São Paulo

Depois de um quadro de gripe forte, os médicos diagnosticaram o menino com a síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune, sem cura

Da redação

Foi aos seis anos que o pequeno Miguel chegou a um hospital municipal na cidade de Santo André, na Grande São Paulo. O menino passou oito anos na UTI da unidade hospitalar. Com 14 anos, enfim, ele recebeu a tão desejada alta. E a ansiedade é grande.

Durante muitos anos, Miguel não teve problemas de saúde. Depois de um quadro de gripe forte, os médicos diagnosticaram o menino com a síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune, sem cura, que ataca o sistema nervoso.

“Nenhum hospital está preparado para ter um paciente-morador, ainda mais uma criança. Então, foi e é um desafio diário de como, dentro de um ambiente hospitalar, a gente poder oferecer qualidade de vida para ele”, explicou Daniela Ferreira, coordenadora da UTI pediátrica do hospital.

Os anos de UTI não foram fáceis para o Miguel nem para a mãe dele. Nesse período, ela também tinha que dividir a atenção entre outros quatro filhos.

“Tiveram muitas vezes em que eu cheguei à porta da UTI e voltava para trás, porque eu não conseguia ver a situação que ele estava. Eu agradeço a todos, desde o pessoal da faxina à equipe médica, enfermagem. Eles foram maravilhosos”, desabafou Ana Aurora Faria, mãe do Miguel.

Miguel cresceu no hospital, onde também foi alfabetizado. Professores do ensino municipal deram aulas ao garoto na UTI. Até o final deste mês, o menino deve estar em casa. Um dos sonhos dele é ir à praia.

Apesar de a doença não ter cura, Miguel apresentou significativa melhorar ao longo do tratamento. Ele volta para casa sob mais cuidados e terá consigo alguns aparelhos para levar a vida de forma mais normal possível.

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