Em meio ao gelo, montanhas, icebergs e muita água, a vida selvagem da Antártica é única e diversa. Trata-se do único continente do mundo que não possui mamíferos terrestres - e isso inclui, nós, seres humanos, já que não existem cidades ou populações permanentes nesta imensidão branca. Os ursos polares vivem apenas no norte; e aqui, no polo sul, é o lugar dos pinguins.
Durante o cruzeiro de expedição nós tivemos a chance de observar milhares deles. A Antártica é lar de 18 espécies de pinguins e nós vimos três: o pinguim-Adelie, que parece estar usando smoking e máscara. O pinguim-de-barbicha, com esse traço bem característico na cabeça, e o pinguim-gentoo, considerada a ave mais veloz do planeta debaixo d´água.
Fora da água os pinguins são engraçados, desajeitados e precisam usar algumas artimanhas para vencer a neve e o gelo. As “canaletas” são conhecidas por rodovias dos pinguins, uma maneira rápida e segura para que eles consigam se locomover da água para os ninhos nas rochas.
Andamos de caiaque. É um dos passeios que são oferecidos aqui durante esse cruzeiro. A sensação de remar a centímetros da água congelante da Antártica é indescritível. Chance, também, para observar a vida do continente gelado de um outro ângulo.
A bordo de Zodiacs, esses barcos infláveis de expedição, seguimos explorando o lugar mais remoto da terra. Cruzamos com dezenas de focas e tivemos a sorte de encontrar quatro espécies delas, incluindo os gigantescos elefantes marinhos, que podem medir mais de 6 metros de comprimento e pesar até 4 toneladas.
A observação de animais precisa respeitar uma série de regras. Fundada em 1991, a IAATO, Associação Internacional das Operadores de Turismo Antártico, é quem promove o turismo de forma responsável e segura.
"Diretrizes para observar focas, baleias. As distâncias que precisamos manter das aves, o cuidado com o petrel-gigante, muito vulnerável no ninho", explicou Jonathan Fuhrmann, chefe de expedição do Scenic Eclipse 2.
A Antártica é o melhor lugar do mundo para encontrar baleias. Durante o verão, as baleias-jubarte procuram essa região para se alimentar. Mas algumas doenças, como a gripe aviária, e o aquecimento global colocam em risco diversas espécies de animais.
"O aquecimento global é um problema porque com menos gelo há menos algas e destas algas alimentam-se o krill, que é um alimento base para as baleias, para as focas e para todos os pinguins também. Isso é preocupante", disse Sarah Kather, bióloga marinha.