Bora SP

ABNT vai padronizar os tamanhos das roupas femininas

Após nove anos de reuniões, pesquisa, consultas públicas e estudos, as mulheres vão ganhar uma norma própria para tamanhos de roupas

Maiara Bastianello, no Bora SP

Após nove anos de reuniões, pesquisa, consultas públicas e estudos, as mulheres vão ganhar uma norma própria para tamanhos de roupas. “Desde muito nova eu tenho problema de encontrar roupa para mim. As lojas não têm um tamanho padrão”, conta a jornalista Amanda Ramos. 

“Não é normal ter uma calça 48 e uma calça 58 e quando a gente põe as duas juntas elas são iguais. Algo está errado nessa etiqueta”, ressalta a consultora de moda Ana Luiza Palhares

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) acaba de publicar tabelas que trazem medidas para padronizar os tamanhos de roupas femininas no país. A ideia é que as marcas tragam nas etiquetas os centímetros de busto, cintura, quadril e não mais apenas os tamanhos. 

“A consumidora quer uma roupa de conforto, uma roupa de estética e não uma roupa que tenha apenas um número que a agrada ‘nesse número e nesse código eu me encontro’”, explica Maria Adelina, superintendente do Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário da ABNT. 

Para chegar a um consenso de medidas, foi preciso estudar e escanear os corpos de mais de dez mil mulheres de todas as regiões do brasil. Doze principais biotipos foram encontrados: os mais comuns foram retângulo e colher, de tamanhos que vão de 34 a 62. “Não é a medida na roupa, mas para qual corpo aquela roupa foi feita”, afirma Maria Adelina. 

A ideia é que no futuro as lojas físicas possam oferecer uma experiência parecida com o que já é oferecido pelo comércio online: a oportunidade de comprar pelo tipo de corpo e pelas medidas.

Na prática, nada deve mudar de imediato, até porque as marcas e lojas não serão obrigadas a cumprir as normas, mesmo com a publicação da ABNT, mas já é um grande passo rumo a um tempo em que não seremos mais definidas por um p, m, g.

“Isso também vai se tornando um movimento que gradativamente pode chegar nas grandes marcas. Agora as mulheres tendo essa padronização acho também que é um papel das consumidoras cobrar que as marcas se adaptem”, disse Fernando Hage, especialista em moda. 

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