Buracos no asfalto colocam motoristas em perigo em São Paulo

Uma cidade inteira esburacada. Além de muitos prejuízos para os motoristas, os buracos colocam vidas em perigo

Por Mark Figueredo

Uma cidade inteira esburacada. Além de muitos prejuízos para os motoristas, os buracos colocam vidas em perigo. Do alto a maior cidade do país impressiona já debaixo um problema que afeta quem vive o dia-a-dia de São Paulo nas ruas e é difícil escapar.

Foi numa dessas que o prejuízo chegou no bolso do Daniel Rodrigues. O motorista de aplicativos gastou R$ 1.600 na manutenção do carro depois de cair em um buraco. A reportagem embarcou com ele em uma viagem.

“Muito buraco, combustível alto e chega no final do mês é só vermelho. Isso porque a gente trabalha mais de 12 horas, porque senão a gente não consegue trazer dinheiro para casa”, contou. 

O número de motoristas em busca de manutenção nos veículos disparou em um ano. O movimento nas oficinas mecânicas aumentou muito. “A nossa empresa tem em média 400 carros por mês, de 20 a 25% da demanda é por causa dos buracos”, explicou Elvis Nepomuceno, dono de uma oficina. 

Os buracos na cidade trazem prejuízos para o bolso do motorista, mas não é só a parte financeira que pesa. A vida também está em risco. 

O empresário Paulo Ohya olha, olha e custa acreditar que o filho dele sobreviveu exatamente nesse trecho da zona sul. O carro foi engolido por uma cratera na porta da oficina com o filho dele dentro.

“Naquele momento a minha preocupação era descer o buraco, mas ele era muito fundo, não tinha como eu descer. O carro caiu de ponta cabeça, mas ele conseguiu sair pela janela do carro”, contou Paulo.

A cratera foi causada por uma obra da Sabesp, que ainda trabalha no local. A prefeitura diz que no ano passado gastou quase R$ 200 milhões na operação tapa buraco e que até o mês passado tapou quase 20 mil buracos. O problema é que eles não param de aparecer.

“Todo dia eu estou pegando buraco e não tem como desviar porque tem trânsito do lado. Não sei mais o que fazer, acho que vou comprar um helicóptero”, disse a aposentada Suzana Amaral.

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