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Superação: a emocionante batalha de mãe e filho pela vida em SP

Roneide dos Anjos sobreviveu à Covid-19 durante a gestação, mas precisou esperar para conhecer o filho que nasceu enquanto ela estava intubada

Da Redação, com Bora SP

A história da comerciária Roneide dos Anjos, de São Paulo, vai além da difícil luta contra a Covid-19.

Antes de ouvir o tão aguardado choro do filho recém-nascido, Gabriel, ela nunca imaginou que antes passaria pelo momento mais desafiador da vida.

“Quando falou que ia tirar o bebê, me deu desespero total. Eu imaginei: ou ele vai morrer, ou eu, né?”, lembrou a mãe.

O parto foi prematuro, e a decisão foi difícil. “Quando eu fiz o parto dela, ela estava intubada na UTI”, lembra o obstetra Jorge Zamboni. “O risco para o bebê era muito grande, mas se a gente deixasse o bebê dentro da barriga da mãe, com certeza ele não ia sobreviver por muito tempo.”

Gabriel nasceu de sete meses. O parto foi um dos muitos que a pandemia do novo coronavírus vem obrigando a adiantar. A mãe precisou ser intubada, e quatro horas depois, ele chegou.

O encontro entre mãe e filho levou 12 dias para acontecer. Até lá, a equipe médica trabalho incansavelmente para garantir esse momento.

“‘Olha, Roneide... Vamos lá, mulher, que você tem que cuidar do seu filho’”, repete a enfermeira Regina de Fátima, lembrando as palavras de incentivo para a comerciária.

“É o tempo todo conversando com o paciente, como se ele estivesse ali acordado, olhando para você. É uma coisa meio de louco”, acrescenta.

E o incentivo, pelo jeito, fez diferença. “Eu lembro elas me dando força, né? Elas fazendo um carinho na minha mãe e falando assim: ‘Você tem que cuidar do seu filho”, conta a mãe.

A despedida da mãe do hospital foi aquela festa. E teve cara de ‘até logo’, de ‘tchau’, mas nunca de ‘adeus’.

“A gente brinca com ela. ‘Roneide, você não vai sumir não, mulher. Aparece aqui para a gente te ver, ver como está seu neném’. Ela: ‘Não, vou vir sim’. Já fizemos um acordo em relação a isso”, brinca a enfermeira Regina.

Gabriel ainda vai ter que esperar um pouquinho para se juntar à mãe. Mas terá assim que ganhar mais peso.

“Daqui a dez anos, se eu estiver trabalhando, espero que, se ele ver esse vídeo e resolver voltar ao hospital para dar um abraço, eu acharia muito legal, muito bom. Fico até emocionado de falar”, admite o obstetra Jorge Zamboni.

E como negar um pedido desses? Para Roneide, o episódio deu a ela uma “família para a vida toda”.