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Sanções à Rússia trazem conflito para nível global, diz chanceler brasileiro

Carlos França critica bloqueios e diz não ser papel do Brasil "encontrar um culpado"

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou nesta terça-feira (21) que está preocupado com as consequências comerciais da guerra entre Rússia e Ucrânia.

França disse que a produção de alimentos pode ser prejudicada. Em entrevista à rádio Bandeirantes, o chanceler também indicou ser contra novas sanções contra a Rússia, da forma como elas vem sendo adotadas.

Os novos bloqueios comerciais à Rússia serão discutidos em encontro entre representantes dos Estados Unidos e da União Europeia, marcado para esta quinta-feira (24), na Bélgica:

“Entendo as sanções neste momento. No entanto, trouxeram para nível global um conflito que era regional. Temo que sendo unilaterais, as sanções prejudiquem ou possam ferir de morte o sistema unilateral. Acho que essas sanções ficariam mais bem colocadas se fossem discutidas no seio da Organização Mundial do Comércio, da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ouvindo outras vozes, reforçando o sistema multilateral, para encontrar uma solução para o conflito e não apenas uma sanção que pode causar consequências danosas para todo o mundo”, diz.  

"Não é papel do Brasil encontrar um culpado"

Carlos França afirmou que não é papel do Brasil "encontrar um culpado" no conflito entre Rússia e Ucrânia. Em entrevista ao Jornal Gente, da rádio Bandeirantes, o ministro disse que a posição do País é de "equilíbrio", que deve “ouvir os dois lados”. Também defendeu "respeito à integridade territorial" e "imediato cessar fogo" para uma "solução pacífica".

“Uma posição de equilíbrio, que busca apontar uma saída. Nós não queremos encontrar um culpado. Nós entendemos que o mandato no Conselho de Segurança é garantir a paz e segurança mundiais. Nesse sentido, nossa posição é de buscar o imediato cessar-fogo, a defesa dos princípios do Direito Internacional, a solução pacífica de controvérsias, o respeito da integridade territorial de todos os Estados e isso envolve, claro, a Ucrânia”, disse.  

Para a guerra acabar, Carlos França sugere confiança na diplomacia. 

“Estive recentemente na Polônia, falei com chanceler polonês, com o assessor especial do presidente da República para Assuntos Internacionais, estive em Portugal para reunião com o presidente Marcelo de Souza. Na véspera, tive reunião com o primeiro-ministro (da Hungria) Viktor Orbán. Tenho ouvido embaixadores de países importantes como Índia e China. E, sim, acredito na diplomacia. Uma diplomacia competente e bem feita é seguramente a saída para esse conflito”, pontua.  

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