Às vésperas do início do julgamento das ações penais dos alucinados do 8 de janeiro, as atenções se voltam para as comemorações do Dia da Independência (7 de setembro) com o desfile em Brasília, esperando a participação de 30 mil pessoas, que assistirão também a uma homenagem do presidente da República às Forças Armadas.
Assim, a paisagem vai tomando a forma, cada vez mais visível e completa - embora com alguns recuos entre os avanços - da normalidade democrática, com obviamente alguns pontos a serem ajustados.
E aqui o trabalho do ministro da Defesa tem sido essencial. Dos quartéis chegam sinais de constrangimento - expressão usada no comando da Marinha há alguns dias - com a prisão e envolvimento de militares, tanto nos movimentos golpistas investigados quanto no caso das joias presenteadas a Bolsonaro. E prevalece a posição já expressa pelo comandante do Exército de não admitir desvios de conduta de qualquer membro das Forças Armadas, que - se há culpa comprovada - devem ser punidos dentro da lei.
O espírito deste 7 de Setembro - em um clima que não lembra em nada o dos pesados anos anteriores - é manter longe dessas investigações a imagem das Forças Armadas, que devem também estar separadas da política - como instituições de Estado, de acordo com a Constituição, o que é básico na pacificação política de qualquer país democrático.