A parte mais importante do esperado e tardio discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) não estava, propriamente, nele. Estava na complementação, naquela rápida fala, depois, do ministro Ciro Nogueira (Progressistas), da Casa Civil, que anunciou o início do processo de transição para o novo governo.
Ciro estará tratando com o vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB), o próprio escolhido pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para coordenar a equipe de transição. Tudo vai ficando mais claro. Já era tempo.
Bolsonaro, no discurso de dois minutos, ao atacar ações contra o direito de ir e vir, desautorizou os bloqueios nas estradas, agradeceu os 58 milhões de votos e reconheceu o resultado das eleições.
A visita, depois, ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde disse “Acabou”, compôs-se bem contando isso. Não foi um discurso que primou pela clareza ou que tenha exposto o sentimento do presidente, mas deu para pôr mais claramente as coisas no caminho correto.
Agora, enquanto vão começando os trabalhos de transição, as atenções se voltam para a formação do governo Lula, bem como o programa, que ainda despertam muitas dúvidas, principalmente na área econômica.