Mitre: ataques de Bolsonaro às urnas coincidem com oscilação positiva de Lula

Fernando Mitre analisa a estratégia de ataques que partem de Bolsonaro à urna eletrônica e sistema eleitoral brasileiro

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

Se a atual ofensiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a urna eletrônica coincide com uma persistente oscilação positiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas últimas pesquisas, como se mantém no Datafolha que acaba de sair, os analistas têm base para concluírem que atacar o sistema eleitoral e as instituições vem prejudicando, sim, a campanha do candidato à reeleição. 

Isso não é de agora. Desde uma pesquisa Quaest, em maio, que mostrava prejuízo de Bolsonaro naquele episódio da condenação do deputado bolsonarista Daniel Silveira por atacar o Supremo Tribunal Federal (STF), já estavam aí elementos suficientes para essa avaliação de que Bolsonaro perde apoio nos confrontos com as instituições.

Não é por outra razão que áreas significativas dos aliados, mais ali no centrão, sempre insistiram pelo fim desses ataques ao sistema eleitoral e ao STF.

Agora, às vésperas da eleição, o argumento se fortalece com as reações variadas e intensas de setores da sociedade a favor da credibilidade do nosso sistema eleitoral e da urna eletrônica, que funciona há 26 anos, reconhecida aqui e no exterior, e, sempre é bom lembrar, sem nenhuma fraude.