Resgatar a enorme dívida social é prioridade do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está nas suas entrevistas e discursos - destaque na fala desta quinta-feira (10) - e já estava claro desde a campanha. Assim como a justificativa dessa política, que está na realidade mais ostensiva, à vista de qualquer um.
Mas conjugar essa prioridade com as preocupações fiscais faz todo sentido, como deve ficar claro, sem ruídos, ao contrário do que a fala do presidente eleito provocou.
A credibilidade fiscal, como defendem tantos economistas apoiadores de Lula, por exemplo, Armínio Fraga e Pérsio Arida, é e continua sendo essencial, da mesma forma com o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o coordenador da campanha eleitoral de Lula, Edinho Silva, também explicaram bem, depois dessas declarações de futuro presidente.
Porém, quanto mais cedo o próprio Lula deixar isso claro, melhor. Não só para o mercado - que está reagindo, nervoso às declarações desta quinta-feira (10) - mas para todo o país. Até lembrando os cuidados fiscais de seu tempo de presidência, quando ele conjugou, por exemplo, o Bolsa Família com superávit fiscal.