Mitre: Lula e Bolsonaro lidam com duelo de rejeições e ação danosa de fake news

Fernando Mitre analisa dados que mostram que parte do eleitorado de Lula e Bolsonaro opta por não escolher o melhor, mas evitar o pior

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

A 10 dias das eleições e com disputa acirrada, os comandos das duas campanhas fortalecem os esquemas delas nas redes sociais, de maneira que o óbvio duelo de rejeições nunca foi tão claro. E tende a ficar mais ainda – com a sempre danosa ação de fake news, pior no segundo turno.

As pesquisas ilustram esse momento eleitoral, como a Quaest acaba de fazer, mostrando que 41% dos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usarão o voto mais para tirar o presidente Jair Bolsonaro (PL) do poder do que para eleger o próprio candidato.

Por outro lado, o principal objetivo de 48% dos votos bolsonaristas é impedir a volta de Lula. Dando razão aos analistas franceses que dizem que, numa disputa final, não é, propriamente, o candidato eleito que ganha. É mais o adversário que perde.

Sendo assim, para esses eleitores, não se trata de escolher o melhor, mas evitar o pior. O tempo é curto, mas isso poderia ser atenuado por uma desejável, embora pouco provável, ofensiva de ideias e soluções programáticas, que é o que mais falta nesta campanha.

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