Mitre: O monopólio da força trocando de mãos no Rio de Janeiro

O Estado é uma organização racional, burocrática, que reivindica o uso do monopólio legítimo da força. 

Essa definição clássica, adotada e estudada desde uma conferência histórica em Munique, em 1918, perdeu o sentido, faz tempo, em várias regiões do país. 

No Rio de Janeiro, ela está simplesmente se invertendo. O monopólio da força está, aos poucos, mas cada vez mais, passando para as organizações criminosas, que governam seus territórios com leis próprias, as leis do crime. 

Lutam muitas vezes entre si disputando territórios, mas sem nunca esquecer o inimigo comum, que é a Polícia. 

E aí a guerra é dupla: o crime ataca com armas de fogo e com as armas da persuasão. Vão atraindo, conquistando, pela corrupção, áreas crescentes do inimigo, áreas da Polícia.

A Polícia corrupta. Lutar contra isso inclui, ou devia incluir, todas as medidas e recursos legais conhecidos, mas sem uma inteligência eficiente e em constante aperfeiçoamento e uma corregedoria eficiente, o monopólio da força criminosa tende a se fortalecer ainda mais.

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