Mitre: Preocupação fiscal e as negociações no Congresso

Fernando Mitre analisa PEC da transição e falas de Lula que geraram reação negativa no mercado

Fernando Mitre

Fernando Mitre

Começou a carreira em Minas Gerais, onde passou por vários jornais, como “Correio de Minas” e “Diário de Minas”. Em São Paulo, integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, de o “Estado de S Paulo”. Dez anos depois, virou diretor de redação, posto que ocupou mais tarde, em duas outras oportunidades. Depois, assumiu a direção nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, cargo que ocupa até hoje. Nesse período, produziu mais de 30 debates eleitorais, entre eles o primeiro presidencial da história do país na TV, em 89. É comentarista político no Jornal da Noite e entrevistador do programa político Canal Livre. Entre os diversos prêmios que recebeu, estão o Grande Prêmio da APCA, o Grande Prêmio do Clube de Criação de SP e três prêmios Comunique-se de “melhor diretor do ano”, valendo o título de “Mestre em Jornalismo”.

A minuta da PEC apresentada pelo vice Geraldo Alckmin propondo retirar o Bolsa Família do Teto de Gastos de forma permanente será trabalhada como um anti-projeto. Daí é que vai sair o que será aprovado pelo Senado e na Câmara. A questão do prazo está pegando, a ideia de restringir tudo a 2023 é forte no Congresso, no PT se conta até com negociação desse ponto. 

O chamado cheque em branco por quatro anos ao governo não tem chance ou chance mínima, enfim, a negociação está aberta e já começou. E nela, entra, obviamente, o desafio fiscal. O compromisso de atender os benefícios sociais tem de ser cumprido e isso é claro, ainda mais quando se confere o dramático quadro social do país. 

Lula enfatizou esse compromisso na última entrevista, de novo descuidado ou equivocado com o lado fiscal e provocou novas reações do mercado. Preocupou também economistas que o apoiam, três deles mandaram uma carta ao presidente eleito advertindo sobre a importância das regras fiscais. 

Mesmo porque, é óbvio para todos, como diz Pérsio Arida, ligado a Alckmin e muito ouvido na equipe de transição, as responsabilidades social e fiscal devem estar juntas, evitando que o benefício social seja devorado pela inflação, o que agride a sociedade, a economia como um todo, mas machuca principalmente os pobres. 

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