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Conheça a Lucid, empresa que vale mais que a Ford e pode roubar mercado da Tesla

"Não estou aqui para vender carros de luxo. Quero produzir carros elétricos em massa," diz o CEO da empresa, Peter Rawlinson, que já trabalhou com Elon Musk

Da redação

O mercado está de olho na Lucid, empresa que nasceu em 2007, mas só começou a produzir seus próprios carros este ano. O seu valor de mercado chegou até a ultrapassar o da Ford, e agora está na casa dos US$ 90 bilhões.

Ela entregou a primeira leva de seus veículos elétricos no fim de outubro. O seu sedã de estreia, o Lucid Air Dream Edition, custa US$ 169 mil e foi eleito o Carro do Ano pela revista especializada MotorTrend. O modelo roda cerca de 836 km com uma única carga e tirou do Tesla Model S o título de carro elétrico com maior autonomia.

Além de prometer carros que devem arrancar um pedaço do mercado da Tesla, muitos atribuem o sucesso da empresa à confiança que empresários têm no seu CEO, Peter Rawlinson.

Rawlinson é um veterano da indústria automobilística de 64 anos e foi o responsável pelo Tesla S, modelo que consolidou a empresa de Elon Musk entre as grandes do setor.

"O primeiro produto define a marca," ele disse em entrevista para o jornal americano The New York Times. "Precisamos criar um esforço tecnológico, e acredito que seja isso o que conseguimos com o Lucid Air. Quando definimos nossa marca, definimos o nosso futuro."

O currículo de Rawlinson lhe dá certa credibilidade. Ele já trabalhou na Jaguar e foi engenheiro-chefe da britânica Lotus. O nome dele também aparece na patente de dezenas de tecnologias relacionadas a baterias e outras inovações do setor elétrico.

A passagem dele pela Tesla foi um pouco conturbada, e ele deixou a empresa em 2012 por desentendimentos com Musk. Ao contrário do tipo excêntrico do antigo chefe, Rawlinson é visto como um cara bem-humorado e modesto.

Para justificar os altos preços de seus carros, Rawlinson explica que o objetivo é que as primeiras versões mais luxuosas de seus veículos ajudem a estabelecer a Lucid como uma empresa que pode entregar um produto de qualidade. Para ele, esse é um primeiro passo para o que seria o seu verdadeiro objetivo: tornar a bateria elétrica acessível a todos, segundo o The New York Times.

"Eu não estou aqui para vender carros de luxo. Eu quero produzir carros elétricos em massa"

Mesmo contando com toda a confiança do mercado, o caminho de Rawlinson e da Lucid não deverá ser fácil. Empresas já consolidadas do setor, como GM, Volkswagen e Ford têm investido pesado em carros elétricos.

Para 2022, a Lucid aposta em carros mais "baratos", como uma versão do Air que irá custar a partir de US$ 77 mil. E espera produzir 500 mil carros até 2030. Por enquanto a empresa só teve gastos e pode levar anos até que consiga apresentar lucro.

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