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Conheça Bir Tawil, terra sem dono, que fica entre o Egito e o Sudão

O local tem mais de 2 mil quilômetros quadrados e nenhuma nação no mundo a reivindica

Por Moises Rabinovici

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Reprodução/Sahara Overland

Tanta guerra por pedaços de terra, e há 2.060 quilômetros quadrados de ninguém entre o Egito e o Sudão, conhecido por Bir Tawil. Maior que São Paulo, que tem 1.521 quilômetros quadrados. Nenhuma nação no mundo a reivindica.

O americano Jeremiah Heaton foi lá, em 2014, e fincou uma bandeira caseira, fundando o Sudão do Norte. Mas seu objetivo era satisfazer a filha Emily, de 7 anos, que queria ser princesa. O reinado não é reconhecido pelos vizinhos Egito e Sudão, nem pela ONU.

A Terra de Marie Byrd, na Antártica, é outro território não reivindicado por ninguém, o maior do mundo, com 1.610 milhão de quilômetros quadrados. O nome foi dado em homenagem à esposa do oficial americano Richard E. Byrd, explorador da região no século XX. Ela fica a leste da plataforma de gelo Ross e ao sul do Oceano Pacífico.

O Egito estava sob ocupação militar do Reino Unido, em 1899. E o vizinho Sudão era dominado pelos egípcios sob domínio britânico. Entre os dois países vivia uma tribo de beduínos, Ababda, de origem cultural egípcia, com parte de suas terras tomadas pelos sudaneses, e o povo Beja, com raízes no Sudão, com parte do seu litoral tomado pelo Egito.

Os britânicos resolveram consertar as fronteiras, em 1902, deixando cada povo do lado certo do mapa original, para governarem mais facilmente. 

Com o passar do tempo, Sudão e Egito, já independentes, entraram em guerra por suspeitas de jazidas de petróleo às margens do Mar Vermelho, e ambos esqueceram de Bir Tawil, cada um dizendo que o território era do outro. Tornou-se uma miragem no deserto. De ninguém.

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