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Coração transplantado em Faustão teve recusa do 1º da fila, diz governo de SP

Saúde de São Paulo explicou que equipe transplantadora do 1º paciente da fila recusou o coração, o que possibilitou ao Faustão, 2º na lista, a receber o órgão

Da redação

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo explicou que o apresentador Fausto Silva ocupava a segunda posição na fila do transplante do coração ofertado, na madrugada deste domingo (27), pela Central de Transplantes do estado. De acordo com a pasta, a equipe transplantadora do paciente que ocupava a primeira posição optou pela recusa do órgão.

A secretaria ainda pontuou que Faustão estava entre os quatro pacientes prioritários para o transplante de hoje e que o apresentador só foi transplantado após a recusa do órgão pela equipe responsável pelo primeiro paciente.

A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção (nota da Secretaria de Saúde)

A nota da pasta também ressaltou que o tempo de espera por um transplante de coração, para potenciais receptores do grupo sanguíneo B (mesmo do Faustão), é de um a três meses. Em casos prioritários, esse tempo é reduzido devido à eminente condição de morte do receptor.

Leia a nota da Secretaria de Saúde

Na madrugada deste domingo (27), a Central de Transplantes do Estado de São Paulo realizou a oferta de um coração a equipe transplantadora responsável pelo paciente F.S. que após avaliação optou por aceitar a oferta do órgão e proceder com a captação e implante. A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção. 

A equipe transplantadora do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão e, desta forma, a oferta seguiu para o segundo paciente da seleção. 

O tempo de espera por um transplante de coração, para potenciais receptores do grupo sanguíneo B, é de 1 a 3 meses. Sendo que em casos priorizados este tempo é reduzido devido a eminente condição de morte do potencial receptor.

A Central de Transplantes do Estado de São Paulo informa que a disponibilização de órgãos aos pacientes que aguardam por um transplante segue critérios técnicos definidos pela Portaria de Consolidação N°04 de 2017, que considera:

- Compatibilidade sanguínea (por exemplo, um receptor do grupo sanguíneo B pode receber órgãos de um doador do grupo sanguíneo B ou O e receptores AB podem receber de doadores AB B e O);

- Critérios antropométricos entre doador e receptor, onde é definido pela equipe transplantadora uma faixa de peso e altura para os doadores ofertados para cada receptor;

- Critérios de priorização, definidos por Lei, onde potenciais receptores que possuem risco eminente de morte, são elevados em sua posição no cadastro técnico (fila de espera).

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde também divulgou nota para explicar o transplante de Faustão. O texto justifica que a cirurgia ocorreu devido ao quadro grave do ex-apresentador do programa “Faustão na Band”. O governo federal ainda ressaltou que, entre 19 e 26 de agosto, 13 procedimentos do tipo foram feitos no Brasil, a maioria em São Paulo.

“Neste domingo (27), mais um paciente na capital paulista foi contemplado com um transplante cardíaco, neste caso, também priorizado na fila de espera em razão de seu estado muito grave de saúde – o apresentador Fausto Silva. Ele recebeu um coração após constatada a compatibilidade necessária para o procedimento, assim como os outros sete transplantados no estado de São Paulo”, diz trecho da nota do Ministério da Saúde.

A nota da Saúde também reforça que a lista para transplantes, no Brasil, vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), é única e vale para pacientes das redes pública e privada. Vários critérios técnicos, inclusive, são adotados para a seleção do receptor, entre tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão.

Internado desde 5 de agosto

Faustão está internado desde o dia 5 de agosto, numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein ressalta que a cirurgia foi um sucesso.

O Einstein foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada de hoje, quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B. A cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de 2h30 (trecho do boletim do Albert Einstein)

Faustão trata uma insuficiência cardíaca. Após o transplante, o apresentador seguirá na UTI para o acompanhamento da adaptação do órgão e controle da rejeição.

Sistema de transplante no Brasil

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) funciona por ordem cronológica de cadastro, mas há prioridades em meio à fila, a depender dos critérios que o paciente preenche. Com isso, a cirurgia só ocorre de acordo com necessidades médicas, o estágio de gravidade da insuficiência cardíaca, tipo sanguíneo e outras especificidades.

A compatibilidade genética é fator importante na decisão de quem receberá o órgão e o tempo de isquemia, o tempo de duração do órgão fora do corpo. No caso, a demora do transporte do órgão da origem até o transplante.  

Crianças são prioridade ao concorrerem na fila com adultos, seja pelo doador também ser criança, ou por estarem diretamente concorrendo com mais velhos. 

Campanha da Band

O Grupo Bandeirantes acredita que a solidariedade salva. Por isso, no dia 21 de agosto, lançou a campanha "Doe órgãos, Doe vida", uma conscientização para a doação de órgãos e tecidos.

Todos os dias, inúmeras vidas estão em jogo, esperando uma segunda chance que só pode vir de um ato de generosidade. Converse com a sua família sobre o assunto. Só ela pode autorizar esse ato. Veja mais informações no site do Ministério da Saúde.

O Brasil tem o maior sistema público de transplante de órgãos do mundo, além de ser o segundo maior transplantador, atrás apenas dos Estados Unidos. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, responsável pela garantia de 90% das cirurgias por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Há uma integração com todas as 27 centrais estaduais.

Segundo o Ministério da Saúde, atualmente, há 617 hospitais e 1.495 equipes autorizados a realizarem transplantes no Brasil. Uma delas é liderada pelo médico Lúcio Pacheco, especialista em transplante de fígado. As etapas para um transplante acontecer são as seguintes:

  • inclusão do paciente na lista nacional de transplantes pelo médico autorizado;
  • acompanhamento da posição na fila pelos canais oficiais do governo;
  • passar pelo procedimento caso haja o órgão compatível e a posição na fila seja favorável.

Não é possível estimar o tempo em que o processo de transplante ocorra, justamente pelos fatores de prioridade e compatibilização de órgão e paciente. 

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