O Ministério da Saúde vai cumprir a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para que São Paulo receba 228 mil doses de vacinas da Pfizer contra a Covid-19. A informação foi confirmada pela assessoria da pasta à Rádio Bandeirantes.
Na última segunda-feira (13), os ministros de Supremo formaram maioria a favor do estado. Essa ação atende a uma reclamação da gestão do governador João Doria (PSDB) sobre repasses em menor quantidade de vacinas da Pfizer.
Em entrevista à BandNews TV nesta terça-feira (14) (veja íntegra acima), Doria defendeu a ida do estado ao STF e não poupou de críticas as posições do ministério neste episódio.
“Se fosse um ministério organizado, comprometido, não teria nenhuma razão de você ter que recorrer ao Supremo para ter vacinas. Aliás, é um absurdo você ter que recorrer à Suprema Corte para vacinar a população brasileira, mas é isso que tem ocorrido por incompetência, inércia, incapacidade, ideologia, negacionismo do governo federal", disse o governador, dizendo ainda que “decisão do Supremo tem que ser respeitada”.
De acordo com o Palácio dos Bandeirantes, as 228 mil doses do imunizante deixaram de ser entregues pelo Ministério da Saúde em agosto. Agora, São Paulo ameaça acionar novamente o STF caso não receba 1 milhão de vacinas da AstraZeneca até quarta-feira (15).
Atualmente, pelo menos cinco estados sofrem com a falta de repasses para aplicação em segunda dose. A escassez se transformou em mais um motivo de atritos entre os gestores locais e o Executivo federal.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem dito que a falta da AstraZeneca tem atingido os estados que estão acelerando o calendário de vacinação. Contudo, Doria negou a ação.
“Poderíamos ter cumprido [o calendário], todos os estados, se houvesse vacinas. As vacinas não foram entregues. O fato é esse: o governo prometeu e não cumpriu, não entregou os lotes de vacinas no volume que foi prometido. Então, ficaram os estados correndo com os seus programas de imunização para não paralisar a vacinação. A população já sofreu demais com essa pandemia”, rebateu o tucano, novamente criticando o governo federal.