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Exclusivo: "Faraó dos Bitcoins" e mais 21 são indiciados em relatório final da PF

Conclusão das investigações da Operação Kryptos aponta organização criminosa, crime contra sistema financeiro e gestão fraudulenta

Marcus Sadok e Yasmim Bachour, da BandNews TV e BandNews FM

Vinte e duas pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal no relatório final da operação Kryptos por organização criminosa, crime contra sistema financeiro nacional e gestão temerária ou fraudulenta. A informação foi obtida com exclusividade pelo jornalismo da Band. A conclusão das investigações ocorreu nesta quinta-feira (23).    

Entre os indiciados na ação, está Glaidson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria e a mulher dele, a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, esposa e sócia, que permanece foragida - ela está incluída na lista vermelha da Interpol. 

Agora o relatório segue para o Ministério Público Federal, que deve apresentar denúncia contra os indiciados.

A empresa teve R$ 38 bilhões bloqueados pela Justiça e deixou de pagar os rendimentos prometidos aos clientes. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) encaminhado à Polícia Federal aponta que, só nos últimos 12 meses, foram cerca de R$ 17 bilhões movimentados por Glaidson.

Glaidson ficou conhecido como o "Faraó dos Bitcoins", em referência a um esquema de pirâmide financeira, que também é investigado pela Polícia Civil do Rio. As promessas de retorno financeiro sobre o valor investido (10%) eram incompatíveis com a realidade. Por causa disso, a cidade de Cabo Frio, onde a empresa operava, ficou conhecida como "Novo Egito".

Ele era garçom e ganhava R$ 800 reais por mês até se tornar dono da GAS - a empresa de Cabo Frio entrou na mira da polícia depois que R$ 7 milhões foram apreendidos prestes a serem levados de helicóptero de Búzios (RJ) para São Paulo. A investigação foi desencadeada a partir daí, em maio.

Glaidson foi preso em 25 de agosto, na casa dele, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na deflagração da operação. Durante a busca, os agentes apreenderam quase R$ 14 milhões em espécie, guardadas em malas, além da maior apreensão de criptomoedas da história do Brasil: aproximadamente R$ 150 milhões em criptoativos. Os agentes apreenderam ainda 21 carros de luxo, relógios de alto padrão e joias. 

A Polícia Civil e o Ministério Público criaram até uma força-tarefa para tentar identificar os envolvidos na guerra por consultorias para pessoas que querem investir nas moedas virtuais na Região dos Lagos.

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