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Operação da PF contra fraudes com criptomoedas acha R$ 20 milhões com acusado

Empresa é responsável por operar um sistema de pirâmides financeiras, baseado na oferta pública de contrato de investimento e sem registro

Fernando David, do Jornal da Band, e Julia Kallembach, da BandNews FM

A Polícia Federal prendeu o dono de uma empresa de bitcoin, acusado de fazer parte de uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. 

Glaidson Acácio dos Santos foi encontrado na casa dele, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Durante busca e apreensão, os agentes apreenderam cerca de R$ 20 milhões em espécie, guardadas em malas. No momento da prisão, o advogado disse que não é crime ter esse montante em casa. Mas a polícia afirmou, no fim da tarde, que ainda está contabilizando os valores.

Cerca de 120 policiais federais cumpriu sete mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal, na operação Kryptos. Em São Paulo, um dos alvos foi preso tentando embarcar para a República Dominicana.

De acordo com as investigações, a empresa GAS Consultoria Bitcoin é responsável por operar um sistema de pirâmides financeiras, baseado na oferta pública de contrato de investimento, sem registro junto aos órgãos regulatórios, no mercado de criptomoedas. Os investigadores afirmam que as promessas de retorno financeiro sobre o valor investido (10%) eram incompatíveis com a realidade.

Glaidson era garçom e ganhava R$ 800 reais por mês até se tornar dono da GAS - a empresa de Cabo Frio entrou na mira da polícia depois que R$ 7 milhões foram apreendidos em abril, prestes a serem levados de helicóptero de Búzios (RJ) para São Paulo.

A prática criminosa tem acontecido tanto em Cabo Frio que a cidade ganhou até o apelido de "Novo Egito" - uma referência das famosas pirâmites do país africano para as chamadas pirâmides financeiras.

Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo que, aproximadamente 50% aconteceu apenas nos últimos 12 meses. 

Os investigados podem responder pelos crimes de gestão fraudulenta/temerária, instituição financeira clandestina, emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, os acusados podem cumprir pena de até 26 anos de reclusão.

A defesa de Glaidson nega qualquer envolvimento em esquema de pirâmide.

“Novo Egito”
 

A cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro se tornou um paraíso dos golpes do tipo pirâmide financeira, que são esquemas que prometem dinheiro rápido e lucro alto. Em referência à frequência com que esse tipo de crime acontece no município, a cidade está sendo chamada de "Novo Egito".

A Polícia Civil é o Ministério Público criaram até uma força tarefa para tentar identificar os envolvidos na guerra por consultorias para pessoas que querem investir nas moedas virtuais na Região dos Lagos.

A força tarefa foi criada após a morte do investidor Wesley Pessano Santarém, de 19 anos, ocorrida no dia 4 de agosto. Câmeras de segurança mostraram um carro próximo à casa dele 25 minutos antes do crime e, logo depois que o Porshe da vítima passa, os criminosos vão atrás. 

Ele foi morto a tiros dentro do carro, em São Pedro da Aldeia, cidade vizinha. A vítima se gabava na internet de ter feito fortuna do nada, investindo em criptomoeda.

Uma das linhas de investigação é de que a motivação do crime teria sido exatamente a disputa de empresas da região por pessoas dispostas a investir na modalidade ou ainda que um cliente de Wesley Pessano teria mandado matá-lo, depois de cair em um golpe com a promessa de lucro rápido.

Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo que, aproximadamente 50% aconteceu nos últimos 12 meses. A ação da PF conta com apoio do Ministério Público Federal e Receita Federal.

Os investigados podem responder pelos crimes de gestão fraudulenta/temerária, instituição financeira clandestina, emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, os acusados podem cumprir pena de até 26 anos de reclusão.

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