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Governador de PE diz ainda não ter "resposta satisfatória" por violência da polícia em protestos

Ao BandNews TV, Paulo Câmara diz não crer que ação desproporcional foi por politização e garantiu rigor na apuração

Da Redação, com BandNews TV

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Governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) garantiu que sua gestão segue apurando com rigor os fatos que levaram a Polícia Militar a atuar com violência desproporcional contra manifestantes de um protesto contra o governo Bolsonaro que aconteceu no Recife em 29 de maio, onde duas pessoas perderam a visão após serem atingidas por balas de borracha no olho, além de vários feridos. 

Porém, segundo o governante, ainda não existe uma resposta plausível dos comandos das forças policiais sobre os motivos da ação brutal contra as vítimas, que não faziam parte da manifestação. Além dos feridos, a vereadora de Recife Liana Cirne (PT) foi atingida com spray de pimenta no rosto, em ação filmada durante o ato.

“Até agora, nenhuma delas foi satisfatória no sentido de demonstrar o porquê de uma reação tão desproporcional a uma passeata pacífica”, justificou em entrevista ao Ponto a Ponto, comandado pela jornalista Mônica Bergamo e o cientista político Antônio Lavareda na BandNews TV nesta quarta-feira (16). Veja entrevista na íntegra abaixo.

Paulo Câmara descartou politizar a questão e disse ainda não ver evidências que as ações dos policiais foram motivadas por crenças políticas - no caso, de que eles seriam favoráveis ao presidente Bolsonaro. Ele disse que a hipótese mais provável são de “erros de procedimento”, que classificou como “graves”. 

Câmara garante que o fato promoveu um grande debate de formação de agentes públicos em Pernambuco. Ele também ordenou a criação de um grupo de trabalho junto a movimentos sociais, já antecipando os protestos anti-Bolsonaro agendados para o próximo sábado (19) na capital. 

“Cenas e fatos como vimos no Recife, no último dia 29 [de maio] não podem acontecer nunca mais em Pernambuco”, afirmou.

O governador pernambucano também disse que as vítimas cegadas pelas balas disparadas pelos agentes estão tendo suporte de sua gestão. Inclusive, garantiu que trabalha para que as indenizações sejam no campo administrativo e as ações não se judicializem, o que poderia levar anos até o pagamento das reparações aos dois homens. 

CPI da Pandemia e governadores em foco 

Paulo Câmara fez diversas críticas à atuação do governo Bolsonaro na condução do Brasil no combate à pandemia e se queixa da falta de apoio do Planalto, que em seu discurso, culpou os governadores pelas medidas sanitárias restritivas impostas para tentar deter a disseminação do coronavírus. 

“Os números do Brasil mostram o desserviço governo federal nas suas práticas em relação a essa pandemia. São quase 500 mil vidas perdidas, e vidas não se recuperam”, pontuou. Ele exemplificou que não existe tal protagonismo de governadores em outros países mais bem-sucedidos em relação ao combate ao vírus e à vacinação de sua população. 

Em relação à imunização em Pernambuco, o governador explica que enfrenta dificuldades pela baixa chegada de vacinas e o não cumprimento do calendário de entregas do Plano Nacional de Imunização (PNI) - alguns municípios pernambucanos não possuem vacinas para aplicar a segunda dose da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan.

Ainda assim, ele pontuou que seu estado tem a segunda menor taxa de mortalidade no Brasil em 2021 pela covid-19. Aliado à maior oferta de imunizantes contra o coronavírus, Câmara projeta mais tranquilidade para o segundo semestre. 

Além de criticas as ações na Saúde, Câmara ainda criticou a atuação do governo no Ministério da Educação, dizendo que o MEC “já vinha parado desde 2019”. O governador pontua a alfabetização com um dos maiores desafios da educação por conta do atual impedimento de aulas presenciais e a adoção de um modelo híbrido de ensino, presencial e virtual.

Eleições 2022 e apoio do PSB contra Bolsonaro 

Vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara evitou indicar quem seu partido apoiará visando as eleições presidenciais de 2022. Mas garantiu que as conversas são no sentido de ir contra a reeleição de Jair Bolsonaro ao Planalto, seja quem for seu oponente. 

“Vou trabalhar muito para que as forças políticas que sejam contrárias à forma que o Brasil vem sendo administrado pelo presidente Bolsonaro vençam as eleições. Acho que esse é o grande serviço que nós temos que fazer. Não dá pra continuar mais quatro anos sendo gerido pela forma que o Brasil vem sendo gerido”, garantiu. 

O político do PSB disse que ainda não há condições de o partido decidir por alianças em 2021, em ano pré-eleitoral. Câmara garantiu que o PSB já teve conversas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como Ciro Gomes. E ainda não descartou a chance de ter um candidato dentro do próprio partido. 

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