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Irmã pede punição de policiais envolvidos na morte de Genivaldo

Valdenice questionou a crueldade e a violência policial: "Por que eles fizeram isso com ele?"

Narley Resende e Paloma Morais

Irmã de Genivaldo de Jesus Santos, morto em ação de policiais rodoviários federais no município de Umbaúba, em Sergipe, Valdenice Santos pediu nesta sexta-feira (27) punição aos agentes envolvidos. 

Em entrevista à repórter Paloma Morais, da Rádio BandNews FM, Valdenice questionou a crueldade da ação policial. 

Segundo ela, Genivaldo nunca havia tido problemas na cidade. “Era uma pessoa calma, uma pessoa normal. Tomava o medicamento dele, ia todo dia na cidade, não tinha problema nenhum. Era um ótimo homem, boa pessoa. Amigo de todo mundo, tinha respeito com todo mundo, consideração com as pessoas, meu compadre, padrinho da minha menina”, conta.

Aos prantos, Valdenice pediu rigor nas investigações. “Como podem fazer isso, tirar a vida de um ser humano desse jeito, com a crueldade que eles fizeram, maldade braba que eles fizeram. Precisa ter uma punição. Eles têm que ser investigados. Por que eles fizeram isso com ele? Por que eles fizeram isso com ele”, questionou chorando. 

Os policiais rodoviários federais Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas, que assinam o boletim da ocorrência que resultou na morte de Genivaldo, devem ser ouvidos na apuração interna da PRF

A PRF informou que “os agentes envolvidos foram afastados das atividades de policiamento”. A nota não deixa claro se a medida afeta todos os cinco que assinam a ocorrência. A corporação tem até segunda-feira (30) para enviar informações sobre o caso ao MPF (Ministério Público Federal), que abriu procedimento para acompanhar as investigações

O MPF também requisitou informações à Delegacia de Polícia Civil de Umbaúba e determinou que a Polícia Federal (PF) informe o número do inquérito instaurado para apurar os fatos. Cabe à PRF enviar informações sobre processo administrativo instaurado para apuração da abordagem policial. Os órgãos precisam enviar a resposta em um prazo de 48 horas úteis.

“Nordeste Seguro”

Os agentes que assinam a ocorrência são integrantes do Comando de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal no Sergipe e assumem, em documento oficial, compor a “equipe de motopoliciamento tático [que] efetuava policiamento e fiscalização” responsável pela detenção que terminou com a morte de Genivaldo. 

Três agentes aparecem nas imagens colocando Genivaldo na traseira da viatura da PRF, e um deles parece atirar uma bomba de gás no compartimento, o que faz surgir uma nuvem de fumaça. Em seguida, seguraram a porta quase que inteiramente fechada para que a vítima e o gás permaneçam dentro do veículo. É possível ver as pernas do homem para fora, se debatendo, e ouvir seus gritos de desespero.

Um laudo do Instituto Médico-Legal (IML) divulgado na quinta (26) mostra que a causa da morte foi asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. 

Os policiais participavam de uma operação chamada “Nordeste Seguro” quando prenderam Genivaldo. 

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