Baixa adesão à vacina contra o HPV preocupa médicos no Brasil

57% das meninas receberam imunizante e 36% dos meninos foram vacinados; vírus é responsável por quase todos os casos de câncer do colo de útero no Brasil

Olívia Freitas

Baixa adesão à vacina contra o HPV preocupa médicos no Brasil
Vacina contra HPV evita câncer de colo de útero
Divulgação

A partir dos nove anos, meninos e meninos já podem tomar a vacina contra o HPV. Mas muitos pais ainda não levaram os filhos para receber o imunizante. Em todo o Brasil, a meta é de imunizar 80% da população entre 9 e 14 anos, mas a cobertura com duas doses alcança 57% das meninas e somente 36% dos meninos. 

Por isso, Elisvânia Silva, mãe de Sofia, já a levou para o posto para receber o imunizante. “O agente de saúde passa lá em casa informando certinho, né? Mas ela vai tomar. Tem que trazer pra evitar, né?", diz. 

Roberto Florim, infectologista, fala dos riscos para adolescentes e jovens que não estão vacinados. “Eles podem causar qualquer uma das manifestações clínicas: comprometimento na mulher responsável por câncer de colo de útero, câncer de vulva, câncer anal, de região de cabeça e pescoço. No homem, câncer peniano, câncer anal e câncer da região de cabeça e pescoço", pontua. 

O HPV é responsável por quase todos os casos de câncer de colo de útero, terceiro mais incidente entre as mulheres aqui no Brasil. A estimativa é de que, este ano, sejam aproximadamente 17 mil novos casos. A mortalidade é alta, cerca de 50%. A vacina é a principal forma de prevenção e pode mudar os números no futuro. 

No SUS, a vacina está disponível para crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos. Pessoas entre 15 e 45 anos transplantadas, com HIV ou imunossuprimidas. A taxa de proteção é de 70%. Já na rede privada, um novo imunizante chega com taxa de eficácia de 90% para pessoas entre 9 e 45 anos, para adultos, são três doses. Cada uma custa em média R$ 900. 

Sérgio Mancini Nicolau, ginecologista oncológico, afirmou que é preciso esclarecer que a vacinação é segura. “Já demonstrou a sua eficácia no mundo e pode ser que a gente venha a erradicar. Nós vamos ter um número tão reduzido que é quase como se desaparecesse a doença”, afirma. 

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