Comando Vermelho usa associações de moradores para tráfico de armas no Rio

Investigação é desdobramento de operação que revelou ordens dadas por traficantes presos em penitenciária federal do PR

Rodrigo Hidalgo, do Jornal da Band

O Jornal da Band teve acesso com exclusividade a uma investigação que mostra que traficantes do Comando Vermelho estão usando o endereço da sede de uma associação de moradores do Rio de Janeiro para se reunir e até comprar armas.

Uma operação da Polícia Federal, que desmantelou a rede de transmissão de ordens dos traficantes enviadas da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), mostrou ramificações desse esquema criminoso no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Integrantes da facção criminosa estariam usando uma associação de moradores no Rio de Janeiro para planejar e executar seus crimes.

A polícia interceptou uma comunicação da quadrilha em que um gerente do tráfico cita várias vezes a Amovipa (Associação de Moradores Village Pavuna) como ponto de encontro. Outro criminoso fala na mensagem sobre o trabalho feito "para pagar dívidas e comprar armas".

Agentes federais suspeitam que o Comando Vermelho estaria obrigando integrantes de mais associações de moradores a atuarem em favor do tráfico.

O Rio de Janeiro tem o maior arsenal de fuzis do país. A estimativa da polícia é de que mais de 3.500 dessas armas de guerra estejam nas mãos dos criminosos. Esse poder de fogo dificulta o trabalho de combate ao tráfico de drogas.

Na semana passada, uma operação policial descobriu que chefões do Comando Vermelho coordenavam todo o esquema criminoso, mesmo detidos no presídio federal paranaense, considerado um dos mais seguros do Brasil.

Eles contavam com a ajuda de um agente penitenciário corrupto. Docimar Pinheiro levava e trazia bilhetes, como o destinado a “Vasco”, chefe do tráfico no Jacarezinho, na zona norte do Rio.

No mês passado, 28 pessoas morreram em uma operação policial na comunidade. Dentre as vítimas estava um agente.

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