Com o passar dos anos, muitos pensam que é preciso focar na saúde para um envelhecimento saudável. Mas não é só dela que se deve focar, já que é necessário se preparar para a longevidade financeira. Com o custo de vida alto, muitos brasileiros pensam em desistir da aposentadoria plena e voltar a trabalhar.
Com 64 anos, Juramildo Miranda segue trabalhando como taxista, função que exerce há 28 anos. Feliz e orgulhoso da profissão, o motorista reconhece que a rotina cobra seu preço, mas a aposentadoria não cobre os gastos. “Pretendo aposentar plenamente, mas não sei o que vai acontecer. O motivo maior para continuar trabalhando é o financeiro”, explica.
A tendência de se manter trabalhando mesmo aposentado deve ser tendência para as próximas gerações. A CLT e a previdência, pensada para garantir condições de vida, perderam peso para as gerações X, Y e Z. Além disso, o número de autônomos aumentou e muitos não pagam INSS.
Além disso, há o agravante da dependência econômica dos jovens, que afetam a dinâmica familiar. Aquela síndrome do ninho vazio, quando os filhos saem de casa, contrasta com o novo padrão: a do ninho cheio. Isso ocorre quando os filhos não saem, ou voltam com marido, esposa, filhos. Assim, um salário que serviria para um aposentado, agora segue sustentando uma família inteira.
Economia prateada
Com uma maior expectativa de vida, o mercado está de olho no público mais idoso. Tanto, que tem até nome: economia prateada, por causa dos cabelos grisalhos. Um dos setores que mais cresce focado em idosos é o turismo, por exemplo.
“Elas ficaram a maior parte da vida cuidando de outras pessoas e agora elas tão investindo esse tempo nelas mesmas, né? Gasta o dinheiro delas em viagens, em experiências para elas. se jogam mesmo, vão sem conhecer ninguém”, conta Rodrigo Pastore, sócio de uma agência de viagens, que confirma a tendência.
Ser idoso também é estar na moda!
Bia e Lúcia aproveitaram a tendência das redes sociais e provam que qualquer um, de qualquer idade, pode estar lá. Por quê não procurar criadoras de conteúdo mais maduras? As duas enxergaram que muitos idosos gostariam de criadores do tipo.
“Eu fazia muita publicidade com meninas mais jovens, mas com produtos para idade, para sinais de envelhecimento, mais madura e eram meninas de 28, 30 anos”, conta Lúcia Fleury, sócia da Agência Dita, que completa:
“Foi quando eu combinei com a Bia que o alvo dessas campanhas somos nós. Eu falava: 'Esse produto é para mim, não para ela. a gente sentiu isso e por isso abrimos a agência”.
Bia Moreira, sócia de Lúcia, diz que as marcas erram a mão em não representá-las direito. “A gente não se sente velha, a gente faz esporte, a gente transa, sai pra ir em restaurantes. As grandes às vezes têm que falar com as massas e acabam pegando as mesmas pessoas, falta variedade”, explica.