Murais de Di Cavalcanti são tema de exposição em São Paulo

Famoso por seus desenhos, o artista brasileiro tem participação relevante na construção do muralismo

Da Redação

Jornalista, cenógrafo, ilustrador, pintor… Artista completo e um dos idealizadores do modernismo brasileiro, Di Cavalcanti é tema de uma exposição em São Paulo que destaca seus murais.

É nos traços das obras de Di Cavalcanti que o tatuador Guilherme Hass encontra inspiração.

“Gosto do jeito que ele resolve graficamente as pinturas. Ele cria muitos ícones que funciona. Às vezes, dentro de uma pintura, consigo fazer um foco e fazer um recorte que eu possa utilizar isso como uma tatuagem por exemplo”, conta.

Guilherme foi um dos primeiros a visitar a exposição inédita aberta no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. A brasilidade de Di Cavalcanti está impressa aqui em 23 obras apresentadas de forma cronológica entre 1925 e 1976

A tela "Feira Nordestina" foi concebida como peça única. Mas, ao longo do tempo, acabou dividida em duas partes pelos antigos donos.

“Elas foram postas no mercado, em vez de um grande painel, como duas telas. Foram compradas por colecionadores diferentes. Felizmente conseguimos reuni-las e é possível vê-las juntas novamente”, diz Ivo Mesquita, curador da exposição.

Para muitos, Di Cavalcanti sempre é lembrado pelas pinturas e desenhos. Mas o artista brasileiro tem participação relevante na construção do muralismo. Ele nos deixou mais de 30 murais espalhados por prédios públicos: um encontro entre a arte e arquitetura.

Os dois primeiros murais modernistas do Brasil pintados por Di Cavalcanti no teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, em 1929, foram reproduzidos na mostra. Eles representam o início do muralismo brasileiro.

“Ele conheceu o muralismo mexicano no momento que o muralismo mexicano nascia. No mesmo ano que os primeiros murais estavam sendo pintados”, diz Mesquita.

Um artista boêmio, o pintor das mulatas, do samba, do carnaval, das festas populares e da coletividade.

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