Empresas inspecionam para impedir embarque de drogas em navios

Grandes exportadores passaram a ter preocupação a mais no porto de Santos

Da Redação, com Jornal da Band

Imagens exclusivas mostram um pequeno barco se aproximando de um navio no porto de Santos, litoral de São Paulo. Um tripulante a bordo joga uma corda e iça um fardo com cocaína. Em seguida, o bote com três traficantes vai embora e o navio segue para Singapura, na Ásia.

Essa é apenas uma das modalidades utilizadas pelos criminosos para mandar a droga para fora do País. Desde 2019, as autoridades registraram mais de 20 casos de mergulhadores colocando cocaína nos cascos de navios. Só em 2021, foram nove ocorrências.

Muitos desses casos têm sido descobertos porque as próprias companhias de navegação estão contratando mergulhadores especializados para inspecionar as embarcações quando estão atracadas em portos.

O investimento na prevenção cresceu depois que uma das maiores empresas do mundo teve um cargueiro apreendidos nos Estados Unidos quando a polícia encontrou 16 toneladas de cocaína em um de seus navios. A multa para liberar a embarcação foi de US$ 50 milhões, fora o prejuízo com tempo em que a embarcação ficou parada.

Às vezes, a ação dos traficantes não dá certo. Em um dos casos, as bolsas colocadas no compartimento chamado “sea chest”, usado para controlar a entrada e a saída de água nos sistemas do navio, se romperam. Os tabletes de cocaína foram sugados até o filtro de água salgada.

A prevenção feita pelas autoridades portuárias também é parte fundamental no combate ao tráfico internacional de drogas. Em uma sala de controle, o monitoramento é feito 24 horas por dia, com um sistema de câmeras de segurança e de scanner, que revelam o conteúdo do que passa pelo porto.

O patrulhamento no mar, no entorno do porto de Santos, ajuda na identificação de movimentos suspeitos nas atividades junto aos navios.

“Há o controle da carga, o escaneamento, o controle nos terminais por meio das câmeras, por meio da logística que é acompanhada. A tendência é empurrar o tráfico para a área marítima”, afirmou o delegado Richard Neubarth, da alfândega de Santos.

“Como a área terrestre está bem controlada, a tendência é que o ilícito passe para a área marítima, onde não há um controle tão grande, não fosse o nosso patrulhamento marítimo, que complementa esse controle que vem de antes de a carga ser carregada nas embarcações”, completou.

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