Jornal da Band

Apostas esportivas devem movimentar bilhões nas Olimpíadas na França

Na França, o mercado das apostas esportivas começou a ser regulamentado em 2010 e, hoje, já vale mais de R$ 7 bilhões

Da redação

Em julho de 2024, o mundo vai parar para acompanhar os jogos olímpicos de Paris. São mais de 10 mil atletas, distribuídos em 32 modalidades, nas disputas pelas medalhas de ouro. Na França, onde tem esporte tem apostas.

Qual será o país com mais medalhas?  Quem será o homem mais rápido de Paris? E a seleção campeã no futebol? Ainda falta um ano para termos as respostas, mas os sites de “bets” já estão a mil para quem quer tentar adivinhar e ganhar dinheiro.

O chute é livre e promete movimentar bilhões de dólares durante os 17 dias de competição.

Brasileiro faz “fezinha” na França

O brasileiro André Silva já está de olho nos jogos do ano que vem. Na vida dele, as apostas são tradição. Todos os dias, depois do trabalho, ele dá aquela forcinha para a sorte. 

Todo dia, todo dia tem um joguinho, uma raspadinha, um euromilhão, estilo Mega-Sena. De vez em quando, jogos, apostar um pouquinho no paris Saint-Germain também (André Silva)

A fezinha do André, para o ano que vem, será nas principais forças do Brasil: futebol e o vôlei.

COI investe em tecnologia

Quando o esporte vai além da torcida, é preciso cautela. O Comitê Olímpico Internacional (COI) sabe do tamanho e da importância do mercado das apostas. Nesse sentido, investe em tecnologia para manter a integridade das modalidades esportivas.

Desde os Jogos de Pequim, em 2008, as Olimpíadas têm um sistema antimanipulação chamado Ibis (Sistema de Inteligência para Integridade das Apostas, traduzido do inglês). A ferramenta reúne tanto as casas de apostas quanto as organizações esportivas para fiscalizar se algum lance ou partida está fora do comum.

Em Paris, essa estrutura será reforçada, inclusive com o apoio da Interpol, para garantir uma competição justa dentro das arenas.

Manipulação na Europa

Para você entender a importância desse sistema, no período de classificação para os Jogos de Paris, foram 268 casos suspeitos de manipulação, de maioria na Europa. Os casos ocorreram, sobretudo, em torneios no tênis e partidas de futebol.

Seis desses alertas de manipulação foram na França, um país tão apaixonado quanto os brasileiros pelo futebol e que gosta de fazer apostas esportivas.

4,5 milhões apostadores na França

Seja pelo celular ou computador, os franceses pegaram gosto pelas “bets”. São mais de 4,5 milhões de apostadores no país. Em média, eles gastam 300 euros por ano em apostas.

O Gabriel Silva, consultor em jogos de apostas, tem experiência no mercado francês. Ele trabalhou em casas de apostas na França e sabe que o foco dos jogos está no jovem fanático por futebol.

“O apostador, aqui na França, é bastante jovem. Dá para ver mesmo que toda a comunicação é orientada para a aquisição de clientes desse tipo, muito ligados ao esporte, futebol, principalmente, tudo o que é aplicativo, smartphone. Virou moda aquela coisa de poder ganhar dinheiro com a sabedoria sobre o esporte”, explicou Gabriel.

Mercado de R$ 7 bilhões na França

Na França, o mercado é maduro. Começou a ser regulado em 2010. Atualmente, há 15 empresas que operam legalmente no país. Elas patrocinam clubes, estádios e até a própria liga que organiza o campeonato. O setor já vale mais de R$ 7 bilhões.

Desde 2020, um novo órgão regulador começou a trabalhar aqui na França. Com uma legislação que está no período da adolescência, prestes à maioridade, o país quer garantir que as apostas fiquem no campo do entretenimento e não pulem para a etapa do vício.

Por esse motivo, cassinos on-line, por aqui, são proibidíssimos. Agora, a autoridade nacional dos jogos quer limitar onde as “bets” podem fazer propaganda. O receio é que patrocínios em camisas de clubes e até associar atletas como garotos propaganda das marcas possam levar o apostador para um caminho inseguro.

Especialista comenta

A advogada Elisa Ayoub, atuante como consultora legal para empresas de apostas on-line, defende a regulamentação do setor. Ela foi entrevistada pelo Jornal da Band,

“Tem uma responsabilidade social do poder público muito importante porque a gente tem que proteger o jogador. A gente não pode expor menores aos riscos ou então deixar que as pessoas apostem a ponto de se colocarem numa situação financeira complicada. Então, a própria empresa de aposta on-line tem essa responsabilidade”, explicou a advogada.

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