Durante um café com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou evitar temas polêmicos e focou em números positivos do governo, como a queda no desemprego, cuja taxa está em 7,8%. O petista confirmou que se encontrou, no último domingo (21), com Arthur Lira (Progressistas), presidente da Câmara, mas não revelou o teor da conversa.
Lula também disse à imprensa que deve se encontrar com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, ainda nesta semana. Na ocasião, minimizou os atritos com o Congresso Nacional.
“Qual é a briga com o Congresso? É o normal a divergência da política no Congresso Nacional, que tem vários partidos políticos, que tem programas diferentes. A coisa mais normal é que, quando você dá entrada com um projeto de lei ou uma medida provisória, tenha gente que queira incluir ou tirar alguma coisa”, pontuou Lula.
O governo quer tentar frear o andamento da PEC do Quinquênio dos servidores do Judiciário, que já passou, nesta terça-feira (23), pela primeira audiência no Senado. O governo quer ao menos diminuir o impacto nas contas públicas, na casa dos R$ 40 bilhões por ano. A proposta cria um adicional por tempo de serviço de 5% do salário a cada cinco anos de trabalho.
Nesta quarta-feira (23), parlamentares analisarão, em sessão conjunta no Congresso, vetos presidenciais. O governo articula para evitar derrota com a liberação das emendas de comissões, no valor de R$ 5 bilhões. Tem ainda o veto à proibição das saidinhas dos detentos em datas comemorativas para visitar os parentes.
Reforma tributária
O presidente também disse que o governo deve enviar ao Congresso, nesta semana, os projetos que preveem a regulamentação da reforma tributária. Lula sugeriu que os relatores sejam os mesmos que trabalharam na análise da proposta aprovada, mas a palavra final é dos presidentes das casas legislativas.
Venezuela
Sobre a agenda internacional, Lula evitou criticar as diversas restrições a candidatos de oposição nas eleições na Venezuela. O presidente optou por valorizar a união dos opositores em torno de Edmundo Gonzalez, um dos poucos autorizados a disputar a presidência contra Nicolás Maduro.
"Sobre a questão da Venezuela, está acontecendo uma coisa extraordinária. A oposição toda se reuniu, está lançando candidato único. Vai ter eleições. Se o Brasil for convidado, participará do acompanhamento dessas eleições, na perspectiva de que, quando terminarem essas eleições, as pessoas voltem à normalidade, ou seja, quem ganhou toma posse e governa e quem perdeu se prepara para outras eleições”, considerou Lula.
