Jornal da Band

Mães chefes de família têm auxílio emergencial bloqueado sem justificativa

Pela lei, elas têm direito de receber parcelas de R$ 375 se estiverem desempregadas

Roberta Scherer

Mães que sustentam sozinhas suas famílias com pelo menos um filho menor de idade estão há mais de três semanas com o auxílio emergencial bloqueado, sem justificativa e com dificuldade de recorrer da decisão. 

Pela lei, as mulheres que são chefe de família com pelo menos uma criança menor de idade têm direito a quatro parcelas de R$ 375, desde que estejam desempregadas e se enquadrem nos critérios de renda do auxílio. 

Na tentativa de conseguir emprego, muitas delas esbarram nas creches fechadas e, portanto, sem ter com quem deixar os filhos. Além disso, estão sem saber os porquês do bloqueio repentino. 

É o caso de Mariana Milhin de Alvarenga. Sem emprego e criando dois filhos, ela conta que já vendeu muita coisa em casa para conseguir alguma renda. Mariana até recebeu o auxílio emergencial esse ano, só que teve o benefício cortado mês passado sem nenhuma explicação.

O problema levou à criação de um perfil no Instagram que conta com mais de 2 mil seguidoras relatando a mesma situação. Em comum, elas tiveram a terceira parcela de R$ 375 bloqueada no dia 11 de junho, embora continuem desempregadas e dentro dos critérios para receber o auxílio. 

Entre elas está a Francisca Irineu Ferreira da Silva, que está grávida e é a única responsável pela Isabela, de 5 anos.  “Eu preciso muito desse dinheiro. Esses dias eu abri minha geladeira e chorei, porque eu só tinha agua minha geladeira. Eu não tinha fruta, eu não tinha comida. Eu não tinha nada. Meu aluguel está atrasado, as minhas contas atrasadas a água luz, é um dinheiro que ajudava muito”, conta

O pagamento do auxílio que iria até julho foi prorrogado por mais três meses para todos que têm direito. Perguntada sobre o que aconteceu com o benefício de R$ 375 dessas mães, a Caixa informou que só faz os pagamentos e não participa do processo de aprovação do auxílio. Já o DataPrev garantiu que os critérios são do Ministério da Cidadania, que durante três dias, não respondeu os pedidos de mais informações.