Jornal da Band

Monique Medeiros: de mãe carinhosa de Henry a cúmplice fria de agressões

As mensagens mostram que dois dias depois da morte do filho, ela foi ao salão de beleza

Da Redação, com Jornal da Band

Uma mãe carinhosa, protetora. Era essa a imagem que Monique Medeiros passava para quem convivia com ela e seu filho, Henry Borel, de 4 anos, morto em 8 de março. 

Nas fotos postadas na internet, a professora aparece ao lado do filho: “Meu bebe sempre foi muito bem cuidado” e “me orgulho da mãe que me tornei", são trechos do texto em primeira pessoa na conta criada no Instagram depois da morte do garoto. 

Mas as mensagens recuperadas pela polícia no celular de Monique Medeiros revelaram uma mulher fria que acobertou as agressões contra o filho de 4 anos e, mesmo depois que elas provocaram a morte do menino, continuou aproveitando a nova vida com mais conforto e dinheiro proporcionada pela relação com Jairinho. 

As mensagens mostram que dois dias depois da morte do filho, Monique foi ao salão de beleza. Gastou R$ 240 reais, fez as unhas da mão, do pé e tratamento no cabelo. 

Também perguntou, pelo celular, sobre as aulas de um curso de inglês e outro, de culinária 
"Sou Monique Medeiros, tenho interesse em fazer uma aula prática com você. Como faço pra entrar na lista de espera? Um grande beijo em seu coração.", escreveu ela pouco tempo após o enterro de Henry. 

“Ele não era um boneco. Isso sempre esteve muito estranho. Como pode uma pessoa virar a página? Não dá pra virar a página pro único filho assim da noite pro dia”, desabafou Leniel Borel, pai de Henry. 

Monique Medeiros, 32 anos, era uma professora de classe média do Rio de Janeiro até o ano passado. Concursada do município do Rio, ela trabalhava como diretora numa escola em Senador Camará, comunidade da zona oeste da cidade. Ganhava cerca de R$ 4 mil por mês. 

Mas as mudanças vieram depois que ela conheceu o vereador Jairinho, em agosto do ano passado. Logo depois, Monique foi cedida ao Tribunal de Contas do município com salário quatro vezes maior. Saiu da casa dos pais em Bangu, onde vivia desde que se separou do pai de Henry, para um condomínio de classe média alta na Barra da Tijuca. 

“Me deu opção das três melhores escolas do Rio, escolas bem caras para esse ano”, lembrou Leniel. 

Desde que foi presa, no entanto, relatos apontam que o comportamento de Monique mudou. A mulher, que chegou a tirar uma selfie sorrindo na delegacia quando foi prestar depoimento pela primeira vez sobre a morte de Henry, agora passa o dia chorando sob efeito de remédios. 

Na última segunda (12), foi pra um hospital penitenciário ontem com infecção urinaria. No boletim médico, foi descrito que a paciente também apresentava sinais de ansiedade.

E a mudança não foi só de comportamento. Monique Medeiros dispensou o advogado André França Barreto, que vem colecionando polemicas e continua defendendo Jairinho. A troca pode sinalizar uma mudança nas atitudes da mãe de Henry em relação ao caso e ao homem apontado como assassino de seu filho. Thiago Minagé, que já defendeu o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, é um dos advogados que assume a defesa.