Com parte do dinheiro que ganha fazendo faxina, a diarista Andressa Santos paga um plano de saúde para o filho de um ano. São R$ 240 por mês, que fazem falta para o orçamento. Mas ela diz que vale a pena. Pelo aplicativo, em poucos minutos, ela consegue falar com a pediatra.
“Quando ela fala que eu tenho que eu tenho que levar ele na clínica, aí eu já marco a consulta e já levo hoje mesmo. E no posto não seria assim”, diz.
No período de um ano, o total de usuários de planos de saúde no país cresceu +1,55%. Pode parecer pouco, mas isso significa que mais de 700 mil brasileiros que antes dependiam apenas do SUS agora contam com o suporte de um convênio médico. São 731 mil novos beneficiários.
O último balanço da ANS (Agência Nacional de Saúde) aponta que 47,8 milhões de brasileiros estão com plano ativo. É o maior número dos últimos cinco anos.
“Esse estado de calamidade pública em saúde trouxe uma atenção especial para a saúde. Muitas pessoas que não pensavam nisso passaram a pensar, fazendo com que as pessoas se adaptassem e pudessem ter alguma forma de proteção em relação a todo esse momento que vivemos na humanidade”, avaliou Leandro Reimberg, especialista em direito médico.
Em São Paulo, fica a sede de um plano de saúde lançado há seis meses, que já conta com 3 mil clientes. Quase metade migrou do SUS.
“Acho que essa é a grande função da saúde suplementar: é desafogar a saúde pública, desafogar o SUS”, analisa Anderson Nascimento, vice-presidente da empresa. “Foi uma surpresa para a gente a grande quantidade de clientes que tem nos procurado.”