Jornal da Band

Parlamento britânico debate lei que pode proibir WhatsApp no Reino Unido

Caso adotada, medida exigirá que o aplicativo aplique políticas de moderação de conteúdo

Por Felipe Kieling

Parlamento britânico debate lei que pode proibir WhatsApp no Reino Unido
Parlamento britânico debate lei que pode proibir WhatsApp no Reino Unido
Agência Brasil

O WhatsApp pode se tornar ilegal no Reino Unido. A Câmara dos Lordes, Casa Alta do Parlamento britânico, discute a aprovação do projeto de lei de segurança on-line. Caso seja adotada, a medida exigirá que o aplicativo de mensagens e outras plataformas apliquem políticas de moderação de conteúdo.

O texto estabelece que o Ofcom, órgão regulador de mídia do país, poderá impor requisitos para as redes sociais combaterem conteúdos de ódio, como publicações que incentivam terrorismo, racismo e abuso sexual infantil. A agência também poderá solicitar informações às empresas.

A proposta também determina multas de até £ 18 milhões (cerca de R$ 113 milhões na cotação atual) ou 10% do faturamento das empresas de tecnologia caso as normas não sejam cumpridas. Os objetivos são proteger as pessoas de danos on-line e combater a desinformação. O projeto, de 262 páginas, foi discutido pela 1ª vez em 2019, durante o governo da ex-primeira-ministra Theresa May. No entanto, só foi publicado em maio de 2021.

O problema com o WhatsApp envolve o uso padrão da criptografia de ponta-a-ponta. O recurso impede que o próprio aplicativo e qualquer pessoa, exceto o destinatário da mensagem, tenham acesso ao conteúdo das mensagens enviadas. 

Com isso, a rede social não conseguirá cumprir as regras da lei e sua alternativa será deixar o Reino Unido. Em março deste ano, o diretor do WhatApp, Will Cathcart, disse ao Guardian que não removerá o sistema de segurança só para se adequar à lei do Reino Unido.

"98% dos nossos usuários estão fora do Reino Unido. Eles não querem que reduzamos a segurança do produto e, simplesmente, seria uma escolha estranha escolhermos diminuir a segurança de uma forma que afetaria esses 98% dos usuários", declarou.

As análises sobre a iniciativa devem ser finalizadas em 25 de maio. A próxima sessão está marcada para 3ª feira (9.mai.2023). O projeto já passou pela Câmara dos Comuns, Casa Baixa do Legislativo.

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