Proteção da Amazônia contra garimpo ilegal envolve 20 mil militares em 4 estados

Uma das frentes de atuação dos 20 mil homens e mulheres das Forças Armadas é a proteção do território indígena Yanomami

Da redação

O trabalho de combate ao garimpo ilegal e aos crimes ambientais, numa região gigantesca como a Amazônia, envolve quase 20 mil pessoas, o que exige muito treinamento. Foi isso que o repórter Alex Gusmão mostrou na terceira reportagem especial do Jornal da Band sobre ações humanitárias para os indígenas da terra Yanomami.

Os milhares de militares, homens e mulheres, atuam em quatro estados: Amazônia, Rondônia, Roraima e Acre. Toda a preparação, específica para o trabalho em mata fechada, ocorre no Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), em Manaus.

“Essas capacidades incluem orientar, realizar deslocamentos, atirar, nadar. No nosso curso, a gente repassa isso ao aluno para que, nas suas organizações militares, dentro da nossa Amazônia, ele possa repassar isso para os seus subordinados”, explicou o tenente Seixas.

Educação ambiental

Levada à prática, a teoria inclui bom relacionamento com a natureza. Animais feridos são tratados no zoológico do Cigs. O espaço, inclusive, virou atração, principalmente para as crianças que moram na região. No local, elas aprendem sobre a preservação da natureza.

“Para nós, é muito importante tanto cumprir a nossa atividade fim, que é especializar o combatente de selva para planejamento e operações nesse ambiente típico nosso na maior área do nosso país, como temos um vetor, também, de responsabilidade de consciência ambiental. Nós dependemos da floresta. Nós dependemos da selva para executar aquilo que nós somos preparados, que é o combate efetivo na selva”, pontuou o coronel Corbari, comandante do Cigs.

Ajuda humanitária

Já as operações de ajuda humanitária são coordenadas no Batalhão de Infantaria de Selva, em Boa Vista.

“O comando de Fronteira Roraima, o 7º BIS, é uma organização militar que tem responsabilidade pelos seis pelotões especiais de fronteira, numa faixa de fronteira de cerca de mais de 2,3 mil km, com a Guiana e com a Venezuela”, disse o coronel Melo Júnior, comandante da Fronteira Roraima.

Assistência médica

O trabalho de assistência às comunidades indígenas, principalmente aquelas que ficam próximas às unidades militares, vai além das operações organizadas pelo governo. Na questão de saúde, por exemplo, inclui procedimentos médicos e dentários. Só no ano passado, o Exército fez mais de três mil atendimentos aos ianomâmis.

Como se trata de uma região de fronteira, é comum que um grupamento seja destacado para fazer o patrulhamento na selva. Os militares percorrem trilhas no meio da mata numa ação de combate ao narcotráfico e a crimes ambientais. As incursões podem durar até uma semana.

O combate ao garimpo e a crimes ambientais, a defesa do território e a assistência às comunidades da Amazônia são tarefas que fazem parte do trabalho cotidiano dos militares na democracia.

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