O acordo firmado hoje procura dar aos países da união europeia um controle maior sobre suas fronteiras. A nova regra prevê uma fiscalização mais rigorosa na chegada dos imigrantes.
Cria mecanismos para acelerar a deportação de quem não tem direito à asilo no continente, como a construção de centros temporários de detenção nas fronteiras externas do bloco.
E torna obrigatória a ajuda entre os países em momentos de crise, como o que ocorreu na ilha italiana de Lampedusa, que viu sua população ser duplicada com a chegada de 7 mil migrantes, que saíram do norte da África e atravessaram o mar mediterrâneo, em meados de setembro.
Pelo texto, pelo menos 30 mil solicitantes de asilo devem ser recebidos por todos os países a cada ano. A regra não será aplicada às nações que já receberam muita gente de fora da Europa.
Itália, Grécia e Espanha - que recebem grandes fluxos migratórios, celebraram o acordo, que deve entrar em vigor no primeiro semestre do ano que vem. Falta apenas a aprovação do plenário da união europeia, em Bruxelas.
Por outro lado, grupos de direitos humanos - como a anistia internacional - divulgaram uma nota condenando a decisão do bloco europeu e chamando o novo sistema migratório de mal elaborado, caro e cruel.
Para as ONGs, a iniciativa abre brechas para a prisão arbitrária, sobretudo de crianças, além de aumentar a discriminação racial das autoridades.
Na noite de terça, o parlamento francês também endureceu as regras locais de migração.
Além de facilitar a expulsão de pessoas em situação irregular, o texto torna mais difícil que filhos de imigrantes se tornem cidadãos franceses. E reduz o acesso deles a benefícios sociais do governo. Contrário ao projeto, o ministro da saúde Aurelien Rousseau pediu demissão ao presidente Emmanuel Macron.